Se na geração anterior o Honda WR-V era, nada mais, uma versão aventureira do monovolume Fit, o modelo atual se assume de vez como um SUV compacto para brigar com as versões mais equipadas de Renault Kardian e Volkswagen Tera na faixa dos R$ 150 mil.
Além do fator novidade e da boa reputação da Honda no mercado brasileiro, o novato também aposta no porte semelhante ao do “irmão” HR-V e no espaço interno generoso para atrair potenciais clientes dos rivais – tanto que já vendeu mais de 2 mil unidades antes de chegar às concessionárias.
Honda WR-V 2026
Caio Mattos | Honda
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O novo Honda WR-V mede 4,31 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,65 m de altura e 2,65 m de distância entre-eixos. O porta-malas de 458 litros é mais espaçoso que o de SUVs maiores da Honda, como o HR-V (363 litros) e o ZR-V (389 litros).
As duas versões (EX e EXL) são equipadas com o motor 1.5 flex aspirado dotado de injeção direta de combustível e duplo comando variável de válvulas, acionado por corrente, que gera de 126 cv de potência a 6.200 rpm e 15,8 kgfm de torque a 4.600 rpm, sempre combinado ao câmbio automático CVT que simula sete marchas. É o mesmo conjunto mecânico do City e das versões de entrada do HR-V.
Principais equipamentos de série do Honda WR-V 2026:
Honda WR-V EX (R$ 144.900): seis airbags; controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; câmera de ré; sensor de estacionamento traseiro; frenagem autônoma de emergência; alerta de colisão frontal; faróis full LED com acendimento automático; painel digital de 7 polegadas; central multimídia de 10” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio; volante com aletas para trocas de marchas; ar-condicionado automático digital com saídas para o banco traseiro; chave presencial; rebatimento elétrico dos retrovisores; antena Shark; rodas de liga leve de 17”, entre outros.
Honda WR-V EXL (R$ 149.900): itens da EX, mais racks de teto; faróis de neblina; bancos e volante revestidos de couro; apoio de braço no banco traseiro; carregador de celular por indução; aplicativo myHonda Connect para o controle de funções do carro pelo telefone.
Primeiras impressões
Com praticamente o mesmo tamanho do HR-V, o novo SUV certamente terá maior apelo que o Volkswagen Tera e o Renault Kardian perante os consumidores que buscam um carro para levar a família sem aperto, embora o motor aspirado entregue desempenho inferior ao dos propulsores turbo dos rivais.
Quem está acostumado com carros da Honda vai se familiarizar com a cabine do WR-V logo de cara. A ergonomia é boa, com a maioria dos comandos posicionada como no City e no HR-V. O acabamento interno não tem refinamentos, como materiais macios ao toque nas portas e sobre o painel, mas a ausência de rebarbas e gaps exagerados entre as peças evidenciam cuidado na construção do SUV.
Os bancos dianteiros acomodam bem o motorista e o passageiro, proporcionando bom apoio para o corpo durante longos trajetos. Os que viajam atrás contam com bom espaço para as pernas de três ocupantes de até 1,80 m de altura - graças ao entre-eixos 4 cm maior que o do HR-V e ao assoalho quase plano - e comodidades como a saída de ar-condicionado e a porta USB para a recarga de telefones celulares. O espaço entre as cabeças dos passageiros e o teto também é acima da média, chegando a superar o de modelos maiores que o WR-V.
Porém, a falta de regulagem de altura para os cintos de segurança dianteiros e do freio de estacionamento eletrônico denunciam algumas das economias feitas para reduzir custos de produção.
Em movimento, o SUV entrega desempenho dentro do que se espera de um carro de 1.278 kg com motor aspirado. O propulsor e o câmbio automático CVT trabalham de maneira suave a maior parte do tempo, principalmente no trânsito urbano. Porém, o torque máximo entregue a quase 5.000 rpm exige acelerações mais vigorosas para ganhar velocidade e fazer retomadas na estrada. O motorista pode optar pelo modo esportivo da transmissão ou reduzir a relação de marchas nas borboletas atrás do volante para ganhar um pouco mais de agilidade em ultrapassagens.
O Inmetro, que utiliza padrões mais rigorosos de medição, informa consumo médio de 8,2 km/l na cidade e 12 km/l na estrada com etanol. As médias com gasolina são de respectivos 8,9 km/l em uso urbano e 12,8 km/l em percurso rodoviário. Durante a avaliação, a melhor marca apontada pelo computador de bordo foi de 15 km/l com gasolina em rodovia com limite de velocidade de 110 km/h.
Para atender às necessidade do mercado brasileiro, o novo WR-V sofreu diversas melhorias no subchassi e no isolamento acústico. As suspensões – McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira – também foram retrabalhadas para suportarem as nossas condições de rodagem. No entanto, os freios traseiros a tambor entregam que se trata de um projeto desenvolvido inicialmente na Índia e na Tailândia para atender mercados emergentes.
Com 22 cm de altura livre do solo, o SUV praticamente ignora obstáculos urbanos, como lombadas e valetas. Também rodamos em vias de terra batida e estradas vicinais com asfalto mais desgastado para verificar o bom comportamento do conjunto, que absorveu com eficiência os sacolejos e as vibrações do piso – mas ainda mantendo a firmeza que transmite confiança em velocidade de cruzeiro, característica dos carros da Honda.
Em resumo, o Honda WR-V 2026 é um SUV espaçoso e bem equipado, voltado para quem prioriza conforto e confiabilidade mecânica em detrimento do desempenho superior dos motores turbinados. Não é o mais moderno ou o mais forte da categoria, mas compensa com um conjunto equilibrado — e com o peso do nome Honda, que segue sendo decisivo para muitos compradores.
