Fim de ano e férias escolares são sinônimos de viagem de carro para muitas famílias brasileiras. Anualmente, as concessionárias que administram os principais corredores projetam aumento expressivo de fluxo durante o período de festas.
Apenas para exemplificar, em 2024, somente entre 20 de dezembro e 05 de janeiro, 3,14 milhões de veículos trafegaram no trecho de concessão da Arteris Régis Bittencourt, segundo levantamento. Já na Arteris Litoral Sul, o volume foi de 4,9 milhões de veículos no período.
Mas muitos motoristas se descuidam da manutenção e acabam pelo “meio do caminho”. Ainda de acordo com os dados da Arteris, durante o período de festas, em 2024, no trecho Régis Bittencourt foram prestados 3.684 atendimentos, sendo 3.035 relacionados a problemas mecânicos nos veículos, o que equivale a cerca 82% desses atendimentos. Já no trecho Litoral Sul, a concessionária prestou 4.968 atendimentos, sendo 4.254 relacionados a problemas mecânicos nos veículos, equivalente a cerca de 86% do total.
Esses números mostram que a principal causa de interrupção involuntária em viagem não é o acidente, mas a falha do próprio veículo, quase sempre ligada a itens de desgaste previsível. Em um ambiente em que a pane mecânica lidera as ocorrências, torna-se evidente que uma parcela relevante dessas paradas teria sido evitada com inspeções e trocas programadas antes da saída.
Frota envelhecida: idade do carro faz diferença
Além do aumento de fluxo nas rodovias, outros pontos importantes são observados com relação às viagens de final de ano, como a idade média dos veículos em circulação. Um estudo do Sindipeças indica que, em 2024, a idade média dos veículos chegou a 10 anos e 11 meses, com automóveis ultrapassando 11 anos em média, além da expansão do contingente de veículos acima de 16 anos na frota circulante.
Segundo Marcelo Martini, gerente de Vendas do Aftermarket da Fuchs, em uma frota envelhecida, o fator tempo pesa tanto quanto a quilometragem, pois correias, mangueiras, vedadores, componentes elétricos e fluidos degradam por envelhecimento químico e térmico mesmo com rodagem anual baixa.
Em carros mais velhos, a própria idade do veículo é responsável pela degradação dos componentes
“O padrão de falhas em feriados tem causas mapeadas, com destaque para pneus com desgaste próximo do limite ou calibragem inadequada, sistemas de freio sem revisão recente, superaquecimento decorrente de problemas no arrefecimento, baterias no fim da vida útil e falhas associadas à lubrificação”, alerta Martini.
Revisão de férias: errado! Inspeção é o certo
Um dos grandes erros de muitos motoristas é esperar o fim de ano para fazer a chamada “revisão de férias”. O certo é, por meio de manutenção preventiva nos períodos determinados pelas montadoras. Na maioria dos casos, esse tipo de checagem é superficial e, se muitos defeitos forem detectados, o valor total de reparo pode assustar.
De qualquer forma, é importante que alguns componentes e sistemas do carro passem por uma inspeção. Martini destaca os freios merecem avaliação do desgaste de
Os pneus e estepe devem ser checados com atenção ao desgaste da banda,
TWI indica o desgaste do pneu
“O checklist se completa com teste de bateria e alternador, revisão de iluminação completa e verificação dos limpadores, já que chuva de verão e trechos noturnos tornam visibilidade e sinalização fundamentais para a segurança”, completa.