Ouvindo...

Semana Internacional do Café: edição histórica foca em inovação e sustentabilidade

Nesta quarta-feira (1°), Dia Internacional do Café, foi realizado o pré-lançamento da SIC; evento será de 5 a 7 de novembro no Expominas, em BH

Pré-lançamento foi realizado nesta quarta-feira (1°) na CASACOR, em BH

No Dia Internacional do Café, nesta quarta-feira (1°), foi realizado o pré-lançamento da Semana Internacional de Café (SIC) na CASACOR, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em um brunch, os realizadores do evento contaram à imprensa os detalhes da edição histórica.

Com o tema “Café em transformação: inovação, sustentabilidade e oferta do mercado global”, a SIC será realizada de 5 a 7 de novembro, no Expominas. O evento é realizado pela Faemg Senar, Sebrae Minas, Espresso Company e Governo de Minas.

A expectativa é reunir 25 mil visitantes, com 240 expositores de todos os estados do Brasil, vários países compradores e gerar R$ 150 milhões em negócios.

Evento é realizado pela Faemg Senar, Sebrae Minas, Espresso Company e Governo de Minas

Ana Carolina Gomes, analista de agronegócios do Sistema Faemg Senar e especialista em café contou um pouco da programação da maior edição da SIC.

“A SIC é o palco para as grandes discussões do que vem moldando a cafeicultura como um todo. No primeiro dia a gente traz mais uma visão de tendências e perspectivas, tanto do consumo quanto da produção. No segundo dia a gente traz um olhar mais voltado para a produção, principalmente no que tange a sustentabilidade e boas práticas adotadas em campo”, contou à Itatiaia.

Já no terceiro dia, o evento abre ao público pela primeira vez. “Uma novidade para esse ano, a gente vai realizar o Café da Semana, que é onde a gente vai trazer um dia especial para os Coffeelovers. Ou seja, o consumidor que gosta de um cafezinho vai ter oportunidade de ir na Semana Internacional do Café, degustar os cafés de diferentes origens, diferentes produtores, diferentes nuances e gostar ainda mais do café que já está no gosto do brasileiro”, destacou a analista da Faemg.

Além das degustações e experiências, o Sebrae terá consultorias gratuitas para os cafeicultores interessados. “As consultorias gratuitas são para quem quer empreender ou já empreende no no café, no negócio de café como um todo. O café dá negócio, é a bebida mais consumida no mundo depois da água. Não tem jeito de dar errado”, ressaltou a gerente de Agronegócios do Sebrae, Priscila Lins.

Caio Fontes da Espresso&Co, realizadora do evento, pontuou sobre o investimento em conteúdo e informação aos produtores e empresários do setor.

“A gente investe muito na grade de conteúdo, porque no momento hoje de mercado, as discussões, mostrar quais são as previsibilidades, para onde o mercado tá indo. Isso tanto pro produtor, como até pro empreendedor que tá começando um novo negócio, seja na indústria ou no consumo, numa cafeteria, ele precisa entender qual é a dinâmica hoje do mercado. É um crescimento bastante horizontal em várias frentes”, afirmou.

Brunch de lançamento da SIC

Sustentabilidade

Um dos focos da SIC é a sustentabilidade no setor. Segundo a analista da Faemg, o consumidor está cada vez mais buscando opções sustentáveis. “Hoje o consumidor tem consciência disso. Ele sabe o café que ele está consumindo, e cada vez mais busca por cafés e produtos com boas práticas: café certificado, com origem, procedência e a qualidade hoje ela é um requisito que não se abre mão”, explicou Ana Carolina Gomes.

Com a exigência do consumidor, os produtores devem ficar atentos e investir na sustentabilidade na produção, desde o plantio até o produto final.

“Se ele é quer ser um empresário de sucesso, seja produtor ou indústria, ele precisa atender esse consumo que tá super preocupado com essa questão da sustentabilidade. Então, o mercado exige e o empresário precisa de estar atendendo essa demanda. E ela é super legítima e é importante para o produtor. A COP está aí e vai mostrar uma série de dados novos de que o clima está esquentando mesmo e que a gente precisa de fazer alguma coisa”, ressaltou Priscilla Lins.

Preço alto mas brasileiros não deixam de tomar café

Segundo a analista Ana Carolina Gomes, o café é um produto inelástico. “Mesmo com grandes aumentos do preço, o consumo não se altera em grandes proporções. A gente teve essa pequena queda no consumo, mas isso também vem em detrimento a redução dos estoques e a redução da oferta da produção”, explicou à reportagem.

Dados da pesquisa “Café – Hábitos e Preferências do Consumidor (2019–2025)”, do Instituto Axxus encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), revelam que 24% dos brasileiros reduziram o consumo, embora não tenham parado de tomar a bebida.

Essa mudança de hábito já se reflete no mercado. No acumulado de janeiro a agosto de 2025, as vendas de café no varejo caíram 5,41% em comparação com o ano anterior. Com o produto mais caro, muitos consumidores estão optando por migrar para alternativas mais baratas.

“Isso é uma consequência de cinco safras que a gente vem passando por uma restrição na oferta e que acaba enxugando o café disponível para a população, pressiona preço, aumenta o preço e que consequentemente já era esperado essa redução mínima no consumo, mas normalizando a oferta isso tende a ser normalizado que o brasileiro não abre mão do seu cafezinho”, afirmou.

Leia também

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia e integra a equipe de Agro. Na emissora cobre também as pautas de cidades, economia, comportamento, mobilidade urbana, dentre outros temas. Já passou por várias rádios, TV’s, além de agências de notícias e produtoras de conteúdo.