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Café perde força? Vendas no varejo caem 5,4% no acumulado do ano, diz Abic

Número reflete aos preços elevados que desafiam o consumo interno no Brasil

Nos primeiros oito meses de 2025 foram vendidas 9.564.735 sacas de café

As vendas de café no varejo caíram 5,41% no acumulado de janeiro a agosto de 2025, em comparação ao ano passado. Os números refletem aos preços elevados que desafiam o consumo interno no Brasil. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (24) em coletiva de imprensa pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Nos primeiros oito meses de 2025 foram vendidas 9.564.735 sacas de café. Segundo a Abic, ainda que o setor cafeeiro venha enfrentando leves quedas no consumo interno por conta das altas do preço, a cadeia produtiva tem demonstrado resiliência.

No segundo quadrimestre, de maio a agosto, as vendas recuaram 5,46%, com 4.894.792 sacas, seguindo a tendência de queda observada no 1º quadrimestre de 2025. Ao comparar maio de 2024 com maio deste ano, houve um declínio de - 2,89% no total de sacas vendidas no varejo.

Em comparação com junho do ano passado e junho de 2025, a tendência de diminuição se intensificou, atingindo - 3,33%. Na verificação de julho de 2024 com julho deste ano, a redução no total de sacas vendidas chegou a - 11,33%. Já na comparação dos meses de agosto de 2024 e de 2025, há uma melhora no consumo, com decréscimo de - 4,23%.

Abastecimento

O abastecimento de matéria-prima para indústrias deixou de ser crítico em fevereiro de 2025, chegou à normalidade em maio e junho de 2025, mas, no final de agosto e em setembro, sinalizou uma oferta seletiva, o que sugere desafios na obtenção de grão cru de qualidade ou dificuldade de origem de fornecimento.

Na classificação por tipos/estilos, a Abic observou a seguinte média de preço por quilo no varejo (agosto/25): Tradicional/Extraforte (R$62,83), Superior (R$78,17), Gourmet (R$117,92), Especial (R$145,17), Descafeinado (R$126,17), Solúvel (R$252,36), Cápsulas (R$413,73) e Drip Coffee (R$242,99).

Na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2025, a categoria Solúvel foi a que o preço médio teve maior crescimento (+ 50,59%). Os cafés Tradicional/Extraforte (+ 48,57%) e Gourmet (+ 46,36%) também registraram aumento acima dos 45%. O Especial registrou crescimento de + 32,45%. Já o Superior foi o estilo que teve menor impacto, de + 20,34%. Apesar do alto preço, as cápsulas tiveram redução de - 1,43% na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2025.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde