Nesta quarta-feira, 1º de outubro, o mundo celebra o Dia Internacional do Café, uma homenagem à segunda bebida mais consumida do planeta — atrás apenas da água — e paixão nacional dos brasileiros.
Oficializada em 2015 pela Organização Internacional do Café (OIC), a data reconhece o grão não apenas como um produto agrícola vital, mas também como um poderoso símbolo de conexão social e peça-chave na economia global.
Preço
O cenário de preços altos para o café no Brasil, impulsionado por fatores climáticos e baixa produtividade, deve persistir. Após uma sequência de altas históricas nos últimos anos, o setor havia registrado uma breve trégua em julho de 2025, com a primeira queda nos preços após 18 meses.
No entanto, essa boa notícia durou pouco. A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) alertou na última semana que os preços do café devem sofrer um novo aumento de 10% a 15% em outubro.
Estoque Baixo e Produção Insuficiente
Segundo Celírio Inácio, diretor executivo da Abic, o principal motor desse novo aumento é o baixo estoque do país. As projeções de safra para 2024, que já consideravam uma bienalidade baixa (o ciclo natural de um ano de alta e outro de baixa produção), não foram alcançadas.
“Com a expectativa a menor colocada esse ano... e com o término da colheita, foi claro que nós não obtivemos o número de produção e o rendimento do café. Isso faz com que, mais uma vez, a produção que já vem carregando essa dificuldade já há 4 anos mostre que não haverá uma produção capaz talvez de abastecer todo o mercado”, explicou Inácio à Itatiaia.
O cenário de temperaturas extremas e longos períodos de estiagem em 2024 foi decisivo para a queda na produtividade.
Além da crise de oferta interna, o diretor da Abic destacou outros fatores globais que influenciam a cotação do commodity:
- A atuação de fundos de investimento no mercado internacional.
- O
“tarifaço de Trump” , que injeta incerteza e volatilidade nas commodities.
Brasileiros pararam de tomar café?
O aumento persistente nos preços do café está mudando os hábitos de consumo no Brasil. Dados da pesquisa “Café – Hábitos e Preferências do Consumidor (2019–2025)”, do Instituto Axxus encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), revelam que
Essa mudança de hábito já se reflete no mercado. No acumulado de janeiro a agosto de 2025, as
Mudança nos padrões de consumo
O aumento do preço também mudou a forma como o café é comprado e consumido. A busca pela opção mais barata disparou: quase quatro em cada dez consumidores (39%) afirmaram optar pelo produto com o menor preço, um crescimento expressivo em relação aos 16% registrados em 2023. A fidelidade às marcas está sendo substituída pela prioridade ao menor valor.
O estudo também mostrou uma mudança na frequência do consumo da bebida. O grupo que tomava mais de seis xícaras de café por dia recuou de 29% em 2019 (e 2023) para 26% em 2025.
Em contrapartida, a parcela da população que consome até duas xícaras por dia vem crescendo de forma constante: saiu de 8% em 2019 para 14% em 2025.
Apesar das mudanças, a pesquisa mostra que o café ainda é um dos símbolos culturais mais fortes do país, consumido por 98% da população.