A pressão econômica tem redefinido o local de compra e as fontes de informação sobre café no Brasil. Os atacarejos se destacaram como o local preferido de compra, aumentando sua participação de 24,6% em 2023 para 28,2% em 2025, em detrimento de pequenos varejistas e cafeterias.
No ambiente digital, o YouTube desponta como a principal fonte de informação sobre café para os consumidores. A plataforma de vídeos cresceu de 8,6% em 2023 para 13,2% em 2025, superando o alcance de redes sociais e até mesmo de sites especializados para quem busca saber mais sobre a bebida.
“Mesmo em um cenário de alta expressiva nos preços, o café segue presente no cotidiano dos brasileiros, mas de forma mais moderada e seletiva. A pesquisa revela que o consumidor não abre mão da bebida, mas está adaptando seus hábitos ao novo contexto econômico”, comentou o pesquisador do IAC e coautor do estudo do Instituto Axxus, encomendado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Sérgio Parreiras Pereira.
Mudança no consumo
O alto custo do café tem alterado a frequência com que os brasileiros consomem a bebida. O estudo mostra uma queda no consumo diário elevado. O
Em contrapartida, a parcela da população que consome até duas xícaras por dia vem crescendo de forma constante: saiu de 8% em 2019 para 14% em 2025.
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Preço redefine escolhas e comportamento
O aumento do preço também mudou a forma como o café é comprado e consumido. A busca pela opção mais barata disparou: quase quatro em cada dez consumidores (39%) afirmaram optar pelo produto com o menor preço, um crescimento expressivo em relação aos 16% registrados em 2023. A fidelidade às marcas está sendo substituída pela prioridade ao menor valor.
Nas cafeterias, o impacto é semelhante: a frequência de consumo caiu de 51% em 2023 para 39% em 2025. Os principais motivos citados para essa queda de movimento são os preços elevados, a qualidade inconstante da bebida e o mau atendimento. Assim, para muitos brasileiros, preparar o café em casa se tornou a alternativa mais viável, oferecendo custo, conforto e conveniência.
O levantamento, realizado em setembro de 2025, entrevistou 4.200 pessoas em todas as regiões do país, por meio de questionários presenciais aplicados com rigor metodológico. O objetivo foi compreender como e por que os brasileiros estão alterando seus hábitos de consumo de café, em um contexto marcado pela alta expressiva dos preços do produto nos últimos dois anos.