O preço do café deve voltar a subir e pode ter um aumento de 10% a 15% no início de outubro. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), a alta será sentida nos cafés torrados e moídos e reverte a queda de preços registrada em julho — a primeira após 18 meses de alta consecutiva. A produção é o principal fator por trás da nova alta, afirma o diretor executivo da Abic, Celírio Inácio.
“Com a expectativa a menor colocada esse ano por essa produção de 2024 e com o término da colheita foi claro que nós não obtivemos o número de produção e o rendimento do café. Isso faz com que mais uma vez a produção que já vem carregando essa dificuldade já há 4 anos mostre que não haverá uma uma produção capaz talvez de abastecer todo o mercado”, explicou à Itatiaia.
Além disso, ele destaca outro fator que contribui diretamente: a atuação dos fundos de investimento, já que o café é uma commodity.
“Quando esses fundos percebem dificuldades no mercado global, como essa
Brasileiros pararam de tomar café?
As
“Com o aumento de preços, muitos consumidores estão migrando para opções mais baratas, escolhendo blends mais simples ou marcas com melhor custo-benefício, sobretudo mais consciente com a sua compra e com o seu consumo, sem desperdício. Esse comportamento é natural em momentos de pressão nos preços e mostra a importância do café na cultura brasileira”, explicou.
Expectativa de queda do preço
Apesar da alta do café, existe a expectativa de que os preços do café possam cair no próximo ano. “Nós estamos em plena florada e torcendo para umas boas chuvas. O motivo é que se a próxima safra for boa e tivermos condições climáticas mais favoráveis, a oferta vai aumentar, trazendo mais equilíbrio ao mercado”, pontuou o diretor executivo da Abic.
Com mais produção os estoques podem se recompor e os cursos logísticos e de insumos também tendem a se estabilizar.
“Se tivermos problemas climáticos ou novos aumentos nos custos, essa expectativa pode mudar e por isso que devemos seguir, ainda é muito recente, mas como sempre digo, nós vivemos expectativas no café", disse.
Impacto do tarifaço de Trump
A Abic tem acompanhado de perto a situação das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao café brasileiro. Segundo a associação, atualmente o tarifaço tem impactado diretamente as exportações para os EUA.
“Qualquer mudança depende de negociações bilaterais e de decisões políticas do governo americano. Por enquanto, não existe uma definição concreta sobre redução ou isenção, mas continuaremos firme na defesa do setor e na busca por soluções que beneficiem toda a cadeia cafeeira brasileira”, comentou.