Ouvindo...

Chuvas trazem otimismo para o setor cítrico, mas ventos fortes preocupam produtores

Ventos intensos que acompanharam essas chuvas causaram alguns prejuízos, sobretudo com a queda de frutas

Demanda aquecida vem sustentando os preços da fruta

A retomada das chuvas nas principais regiões produtoras de frutas cítricas do Sudeste – em São Paulo, Paraná e Minas Gerais – trouxe otimismo no setor. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o volume de precipitação recente favorece diretamente a florada da próxima safra 2026/27, criando boas expectativas para os pomares.

Por outro lado, conforme o Centro de Pesquisas, os ventos intensos que acompanharam essas chuvas causaram alguns prejuízos, sobretudo com a queda de frutas, que já preocupa nesta temporada, devido ao avanço do greening e do cancro cítrico.

Quanto aos preços, levantamentos do Cepea mostram que, no mercado de mesa, a demanda aquecida vem sustentando os preços da fruta. No caso da indústria, a preferência tem sido por compras no spot em detrimento dos contratos – os poucos firmados apresentam valores próximos de R$ 50,00 a caixa, com exigência mínima de brix elevado, conforme relatado por agentes do setor ao Centro de Pesquisas.

Redução da safra

A estimativa da safra de laranja para 2025/26 caiu para 306,74 milhões de caixas de 40,8 kg. Segundo o Fundecitrus, a queda de 2,5% em relação à previsão inicial se deve, principalmente, ao avanço do greening e ao ritmo mais lento da colheita, que têm levado a uma maior perda de frutos nas lavouras de São Paulo e Minas Gerais. Em maio, a estimativa era de 314,60 milhões de caixas.

Colheita

A colheita de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais segue em ritmo mais lento, com apenas 25% da safra atual colhida até meados de agosto. O atraso se deve à estratégia de colher as frutas no ponto ideal de maturação para garantir a qualidade do suco, especialmente em uma safra com grande concentração de frutos da segunda florada. No entanto, o ritmo mais lento tem levado a uma maior queda prematura de frutos, principalmente em árvores afetadas pelo greening.

Leia também

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde