A produção de “ovos de galinha feliz” — provenientes de aves não criadas em gaiolas — tem ganhado força globalmente, sendo adotada por gigantes do setor de fast-food como McDonald’s, Burger King e Subway. Agora, dois estudos realizados na Argentina vieram para desmistificar os mitos de segurança e viabilidade que rondam a prática.
Segundo a ONG internacional Sinergia Animal, os resultados das pesquisas são fundamentais para comprovar que o manejo cage-free é seguro para o consumidor e viável em larga escala.
Segurança alimentar comprovada
Um dos estudos mais importantes foi conduzido pela Faculdade de Ciências Veterinárias da Universidade de Buenos Aires (UBA), em colaboração com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA). Os pesquisadores analisaram 30 fazendas cage-free na Argentina para determinar potenciais riscos à saúde.
Os resultados foram categóricos: não foi detectada
Embora a bactéria Enterobacteriaceae tenha sido detectada, os níveis estavam dentro dos limites permitidos pela legislação vigente. Apenas 4% das granjas apresentaram um aumento na presença dessa bactéria, um problema que o relatório aponta ser facilmente resolvido com o ajuste nas medidas de biossegurança das instalações.
“Um dos principais argumentos frequentemente usados pela indústria avícola para tentar impedir a transição para sistemas sem gaiolas é o suposto maior risco à saúde. No entanto, esses dados contradizem essa crença”, afirmou a Sinergia Animal.
Apelo global
“Não há mais desculpas para continuar defendendo um sistema de gaiolas em bateria que mantém milhões de animais em condições extremas e inaceitáveis”, afirmou a diretora da ONG, Romina Viscarret.
A
A Sinergia Animal acredita que o país tem um papel crucial para impactar positivamente o setor. Por isso, a ONG fez um apelo para que as grandes empresas de alimentos, com destaque para a rede de fast-food Mostaza, se unam à transição que seus concorrentes globais já iniciaram.