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Carne bovina e café estão fora da lista de compra do governo de proteção ao tarifaço

Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira explicou o motivo em coletiva de imprensa nesta segunda (25)

Carne e café possuem capacidade de escoamento em outros mercados

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, afirmou nesta segunda-feira (25) que a carne bovina e o café estão fora da lista de produtos passíveis de aquisição pelo governo, medida de proteção às tarifas dos Estados Unidos.

Segundo ele, carne e café possuem capacidade de escoamento em outros mercados. A carne bovina, por exemplo, já conquistou três novos compradores após a retirada dos EUA: São Vicente e Granadinas, no Caribe, Filipinas e Indonésia, quarto país mais populoso do mundo.

“Existem outros mercados que querem o café brasileiro, já que não há grande disponibilidade de café. Então, o fato de o café não ter entrado [na lista de alimentos] é por essa razão. A carne igualmente, porque há outros mercados que quererão a carne brasileira”, disse em coletiva nesta segunda (25).

Além disso, Teixeira disse que acredita que o café e a carne bovina tendem a ser contemplados na lista de exceções às tarifas impostas pelos Estados Unidos, já que seus preços tiveram alta no mercado americano.

Segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, o quilo da carne atingiu, na média nacional, US$ 11,875 a libra ou quase R$ 150 o quilo, o maior preço da história do pais. Moradores do país, incluindo brasileiros, moram no país norte-americano registraram que uma bandeja de carne chega a US$ 69.

“Eles passaram a fazer hambúrguer com carne de primeira, que eles faziam com carne de segunda. Estão fazendo hambúrguer com carne de primeira, encarecendo o preço do hambúrguer. [Eles estão] encarecendo o preço da carne, encarecendo no preço do café”, afirmou o ministro.

Segundo Teixeira, a portaria que regulamenta a flexibilização das compras públicas em relação aos alimentos tem validade de 180 dias, mas o prazo pode ser prorrogado pelo governo até que o problema com a sobretaxa seja resolvido. De acordo com ele, o Congresso pode tornar a medida permanente.

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O governo regulamentou, na última sexta-feira (22), as compras governamentais para absorver parte da produção brasileira impactada pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos.

A portaria autoriza a aquisição de produtos como açaí (fruta, purês e preparações), água de coco, castanha de caju (inteira, sem casca, sucos e extratos vegetais), castanha do Brasil (castanha-do-pará, fresca ou seca, sem casca), manga (fresca ou seca), mel e pescados.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde