Ouvindo...

Carne bovina atinge R$ 150 o kg nos EUA: seca, México e Brasil influenciam alta

País sofre com o maior preço da história

Estados Unidos vivem o pior ciclo pecuário dos últimos 75 anos

O preço da carne bovina disparou nos Estados Unidos nas últimas semanas. Segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho do país, o quilo da carne atingiu, na média nacional, US$ 11,875 a libra ou quase R$ 150 o quilo, o maior preço da história do pais.

Moradores do país norte-americano, incluindo brasileiros, flagraram preços de até US$ 69 uma bandeja de carne.

Os preços assustadores são causados principalmente por três fatores: mudanças climáticas, restrições ao México e o tarifaço contra o Brasil, que deixou de exportar carne aos norte-americanos.

Pior ciclo pecuário dos últimos 75 anos

Os Estados Unidos vivem o pior ciclo pecuário dos últimos 75 anos, com o número de animais nos pastos caindo gradativamente. Além disso, a seca reduz a produtividade de cada cabeça de gado.

No dia 12 de agosto, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu mais uma vez a expectativa para a produção doméstica. “A produção de carne bovina foi reduzida devido à redução do abate de bovinos alimentados e não alimentados e aos animais que têm registrado peso menor”, cita o relatório da semana passada.

Tarifaço no Brasil, principal exportador

Ao mesmo tempo, o tarifaço ao Brasil fez o USDA revisar para baixo a previsão de importação de carne. O Brasil era o principal mercado de carne do país, com cerca de 220 mil toneladas no último ano. Para esse ano, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) estimava 400 mil.

Segundo o USDA, o impacto maior será sentido em 2026, quando o departamento prevê importações 7,5% menores. O relatório indica que a alíquota de 50% sobre produtos brasileiros reduzirá as importações dos EUA em cerca de 400 milhões de libras – 180 mil toneladas – só em carne bovina.

“As importações de carne bovina para 2025 são reduzidas para refletir os dados comerciais reportados durante o primeiro semestre do ano, bem como a redução dos embarques devido a tarifas mais altas, principalmente do Brasil. A redução também ocorre em 2026", cita o relatório da USDA.

Restrições no México

Além da seca e tarifaço ao Brasil, o governo dos EUA manteve as restrições à importação de gado do México devido à ocorrência da doença NWS (New World Screwworm) ou a “bicheira do Novo Mundo” em português. A NWS é uma praga considerada devastadora.

Em um boi, as larvas matam o animal e pode se propagar para aves e, em casos raros, atingir pessoas. A restrição ao gado mexicano não é nova – foi anunciada em maio. Desde então, estão proibidas as importações de animais vivos, inclusive gado, do México.

No entanto, na semana passada, ficou claro que a reversão da medida não será rápida e os EUA preparam um amplo plano para tentar combater a NWS no país vizinho.

*Com informações da CNN

Leia também

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde