Black Friday: agro marketplaces ainda aproveitam pouco a data, aponta estudo

Pesquisa da Macfor analisou o desempenho do setor em 2025 e indica uma falta de “maturidade” digital

Buscas online por produtos e serviços do agronegócio cresceram significativamente da Black Friday de 2024 para 2025

Apesar do crescimento nas buscas online por produtos agrícolas, os marketplaces do agronegócio ainda exploram de forma limitada as oportunidades de negócio oferecidas pela Black Friday, apontou um estudo da Macfor.

A pesquisa analisou o desempenho do setor em 2025 e indica uma falta de “maturidade” digital e a ausência de práticas no usuário, resultando em altas taxas de rejeição e um baixo investimento em publicidade.

Investimento em tráfego pago cai pelo 2º Ano

Segundo a Macfor, o investimento em pesquisa paga (tráfego pago) para a Black Friday no setor agro caiu em 2025, seguindo a tendência de queda observada em 2024.

Mesmo grandes players como a Orbia, que investiu em uma campanha forte na Black Friday, tiveram o investimento em pesquisa paga em queda desde 2023.

O baixo investimento, quase inexistente para o período, ressalta a falta de maturidade digital dos marketplaces.

No entanto, players menores como E-Agro e MF Rural começaram a investir em anúncios este ano em busca de ampliar seu público-alvo.

A ausência de um planejamento digital maduro, que incluiria campanhas segmentadas e maior investimento em tráfego pago, impede que o setor capitalize plenamente em momentos de destaque como a Black Friday

Produtos mais buscados online

As buscas por produtos e serviços do agronegócio cresceram significativamente da Black Friday de 2024 para 2025, apontou a Macfor.

As 10 palavras-chave com maior volume de busca no setor de marketplace agro incluem:

Produto Volume de Busca
Ureia74.000
Trator60.500
Glifosato18.100
Enzimas18.100
Sementes18.100
Colheitadeira14.800

O produto que apresentou o maior crescimento de buscas no último ano foi Cocho para Gado (16,67%), seguido por Trator (12,50%).

Falhas na experiência do usuário geram alta rejeição

Segundo o estudo, ao contrário dos líderes do varejo digital, como Amazon e Mercado Livre, que exibem a vitrine de produtos na página inicial, muitos marketplaces do agro exibem banners e categorias antes de suas ofertas ou exigem login para que o usuário visualize preços e itens.

Essas práticas resultam em uma experiência pouco fluida, elevando as taxas de rejeição.

Em sites como o Grão Direto, a limitação de informações sem login leva à maior taxa de rejeição entre os analisados, superior a 90%.

No Agroline, onde a aba de produtos não está imediatamente visível, a taxa de rejeição estimada supera os 80%.

Em contraste, marketplaces que oferecem informações claras e visíveis sem exigir login, como o Agrosolo (taxa de rejeição de 24%) e o MFRural (taxa de rejeição de 42%), demonstram que a usabilidade é crítica para as conversões

Ações 2025

Apesar da baixa competitividade do setor na data, alguns marketplaces realizaram ações promocionais pontuais, como:

  • Descontos de até 80%
  • Frete grátis
  • Descontos para pagamento por Pix e boleto
  • Parcelamentos facilitados

As categorias mais exploradas nas promoções foram:

  • Cuidado Pet
  • Rações em geral
  • Controle Biológico
  • Veículos
  • Maquinário pesado
  • Fertilizantes

De acordo com o estudo, a Black Friday permanece uma oportunidade subaproveitada pelos marketplaces do agro. A adoção de estratégias digitais mais robustas e centradas na experiência do usuário poderia transformar a jornada de compra e aumentar a conversão no setor.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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