Mercado do boi gordo tem menor oscilação de preços em 2025, aponta Cepea

Volatilidade dos preços está em 53,1%, menos da metade do observado em 2024 e 2023, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)

Ano de 2025 é um marco na busca por uma maior previsibilidade no mercado pecuário

O ano de 2025 se destaca no cenário pecuário brasileiro por apresentar a menor oscilação nos preços do boi gordo dos últimos tempos, o que representa um ganho de eficiência na coordenação da cadeia produtiva.

Volatilidade em queda

Cálculos recentes realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que a volatilidade dos preços do boi gordo neste ano está em 53,1%. Esse índice representa menos da metade do observado em 2024 e 2023.

Volatilidade, neste caso, refere-se à variação dos preços em torno da média ao longo do período de janeiro até agora. Ele indica a intensidade com que o preço se move para cima ou para baixo. Segundo pesquisadores do Cepea, essa redução na oscilação dos preços aponta para um ganho de eficiência na cadeia, permitindo que o mercado encontre um “ponto de equilíbrio”.

Estabilidade impulsiona a eficiência da cadeia

A menor volatilidade dos preços ao longo do ano sugere que o setor produtivo tem conseguido manter a oferta de animais mais constante. Uma das possíveis explicações é a produção de carcaças mais pesadas, o que eleva o volume de carne por animal abatido.

Essa constância na oferta tem um impacto direto e positivo em toda a cadeia:

  • Escalas preenchidas continuamente: frigoríficos conseguem manter suas programações de abate mais estáveis;
  • Linhas de abate ativas: regularidade na oferta evita interrupções na produção;
  • Abastecimento estável: tanto o mercado interno quanto o externo (exportações) são atendidos sem sobressaltos, conferindo maior previsibilidade e segurança.

Desafio da distribuição de resultado

Apesar do cenário de maior estabilidade e eficiência, os pesquisadores do Cepea ressaltam que o ganho de eficiência na coordenação da cadeia não implica, necessariamente, uma distribuição equilibrada dos resultados entre todos os seus elos (produtores, frigoríficos, varejo, etc.).

Ainda assim, o ano de 2025 é um marco na busca por uma maior previsibilidade no mercado pecuário, impulsionada por uma oferta mais controlada e eficiente.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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