As hortaliças que não possuem uma cadeia produtiva definida, como o oro-pro-nóbis, a taioba e azedinha,
Para incentivar o cultivo das PANCs, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) trabalha junto de instituições do estado para levar ao produtor tecnologias, com o objetivo de resgatar práticas alimentares, diversificar a produção rural e fortalecer a segurança alimentar.
Os trabalhos da Epamig tiveram início no Campo Experimental de Santa Rita, em Prudente de Morais, na região central do estado, o que impulsionou outros dois bancos genéticos estratégicos nos campos experimentais da Epamig em São João del-Rei e Oratórios.
Segundo a pesquisadora da Epamig Marinalva Woods, o diálogo com produtores rurais é essencial. ‘O produtor contribui com o seu conhecimento com a terra para junto da pesquisa. A partir desses saberes populares, trabalhamos para otimizar os sistemas de cultivo, aprimorar o produto final e difundir os resultados’, ressalta.
Uma das
Pesquisa e programas de incentivo
As hortaliças Panc integram projetos de pesquisa conduzidos pela Epamig, em parceria com instituições como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e universidades de Minas Gerais.
Hortaliças como taioba, azedinha, capuchinha e araruta fazem parte dos projetos de pesquisa, dividindo espaço com práticas de consorciação experimental, como o cultivo do milho junto ao feijão-mangalô.
Apesar de não ser comum, as hortaliças não convencionais têm ocupado mesas, bancadas das feiras livres e festivais gastronômicos, marcando presença em pequena escala. A sazonalidade das espécies e o baixo interesse comercial ainda dificultam a regularidade da oferta.
Com o objetivo de mudar essa realidade, projetos como o ‘Feira com Ciência’, da Epamig, buscam conectar agricultores e consumidores. O objetivo é incentivar a produção e comercialização das Panc em feiras livres ao envolver diretamente agricultores e consumidores nesse ambiente.
O
Além disso, iniciativas de turismo gastronômico, como o
Desafios para investir em Pancs
Apesar dos avanços, o resgate das plantas comestíveis não convencionais ainda enfrenta desafios, como a falta de conhecimento do consumidor e a baixa escala de produção.
Para a pesquisadora da Epamig, investir em pesquisa, educação e divulgação é essencial para inserir as hortaliças Panc na dieta da população, ‘valorizar o patrimônio alimentar mineiro e fortalecer as relações com o meio ambiente’.
Exemplos de PANCS
- Azedinha (Rumex acetosella): Suas folhas apresentam sabor ácido e podem ser usadas em saladas e sucos.
- Beldroegão (Talinum paniculatum): Pode-se utilizar suas folhas in natura ou refogadas. Suas sementes também são comestíveis.
- Capuchinha (Tropaeolum majus): Podem ser consumidas as folhas, flores e sementes dessa planta. Ela possui sabor picante e costuma ser preparada em molhos, patês, pães e saladas, por exemplo.
- Capiçoba (Erechtites valerianifolius): Pode ser usada crua, em saladas, e refogada ou ainda como tempero. Possui sabor picante.
- Caruru (Amaranthus spp.): Apresenta sabor semelhante ao espinafre e, para seu consumo, deve ser branqueada. É usada no acompanhamento de carnes ou preparada com o feijão.
- Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata, Pereskia bleo e Pereskia grandifolia): Destaca-se por ser rica em proteínas e fibras. Utilizada em recheios e como corante. Folhas e frutos são comestíveis.
- Taioba (Xanthosoma taioba): As folhas, os talos e batata podem ser consumidas, entretanto devem ser branqueadas ou cozidas. Esse vegetal não deve ser comido cru.