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Exportação de suco de laranja diminui, mas EUA aumentam compra e lideram junto à UE

Volume total embarcado alcançou 199,7 mil toneladas em equivalente concentrado, uma retração de 4%

Cenário é resultado da ampliação da oferta global e de uma postura mais cautelosa por parte dos compradores

Apesar de ter escapado do tarifaço, as exportações brasileiras de suco de laranja registraram um desempenho abaixo do esperado no início da safra 2025/26 (julho a setembro), conforme apontam pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). De acordo com dados da Comex Stat, o volume total embarcado alcançou 199,7 mil toneladas em equivalente concentrado, uma retração de 4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O recuo foi ainda mais acentuado na receita, que caiu 15%, totalizando US$ 751,3 milhões. Pesquisadores do Cepea atribuem a queda no montante recebido ao enfraquecimento dos preços internacionais. Esse cenário é resultado da ampliação da oferta global e de uma postura mais cautelosa por parte dos compradores, especialmente os europeus.

Estados Unidos empatam com a União Europeia

O principal destaque deste início de safra foi uma mudança histórica na composição dos destinos do suco de laranja brasileiro. Pela primeira vez em anos, os embarques para os Estados Unidos e a União Europeia se igualaram, atingindo, cada um, aproximadamente 48% de participação no volume total exportado.

Enquanto a União Europeia, tradicional principal destino, registrou uma retração de 8% nas compras – influenciada pela redução da demanda após os altos preços e problemas de qualidade observados na safra anterior –, os Estados Unidos apresentaram um avanço de 13% nas aquisições.

O aumento nas vendas para o mercado norte-americano, mesmo com a manutenção da tarifa residual de 10% sobre o produto, evidencia a alta dependência dos Estados Unidos do suco brasileiro para atender à sua demanda. A reconfiguração dos destinos de exportação sinaliza um novo balanço nas relações comerciais do setor citrícola brasileiro.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde