O suco de laranja foi um dos produtos que
Segundo o presidente da Associação Nacional dos exportadores de sucos cítricos (Citrus BR), Ibiapaba Neto, 40% das exportações brasileiras tem como destino o mercado norte-americano, que no último ano foi responsável por US$ 1,3 bilhão em receitas.
“Se o mercado americano fosse fechado para o suco de laranja brasileiro, o prejuízo seria gigantesco para as indústrias e para o campo. Felizmente, a exclusão do item da tarifa evitou um colapso. Ainda assim, é um sinal de alerta”, avalia Leandro Avelar, CEO da JPA Agro, marketplace de agro.
Mercado de suco de laranja
O mercado de suco de laranja é um dos mais relevantes do agro brasileiro. Empresas como Cutrale (a maior do mundo), Citrosuco (ligada ao grupo Votorantim) e a francesa Louis Dreyfus Company são responsáveis por movimentar bilhões anualmente com exportações, boa parte para os EUA. Essas companhias possuem inclusive unidades de operação em solo norte-americano, o que facilitou as negociações de isenção com o governo dos EUA.
De acordo com Leandro, essa relação consolidada explica a manutenção do canal de exportação: “essas indústrias têm operação direta nos EUA, o que ajudou na abertura do diálogo e na negociação para manter a fluidez comercial. Mas isso não é garantia de estabilidade a longo prazo. O Brasil precisa estar atento.”
Outros produtos isentos e ameaçados
Entre os itens agrícolas brasileiros que escaparam da sobretaxa estão: fertilizantes, madeira tropical, castanha-do-brasil, polpa de madeira, sisal e o próprio suco de laranja. Por outro lado,
Para Leandro, há espaço para negociação futura. “O secretário de Comércio dos EUA já sinalizou a possibilidade de tarifa zero para alimentos que o país não produz internamente. Isso pode abrir caminho para novos acordos, e o Brasil precisa estar pronto para aproveitar essa janela. Mas, até lá, setores importantes do agro continuarão pressionados”.
A pressão, segundo ele, é especialmente preocupante para pequenas e médias empresas exportadoras, que já operam com margens apertadas e têm nos EUA um de seus mercados mais valiosos.
Apesar do alívio parcial, a situação exige cautela. Leandro destaca que a diplomacia econômica deve continuar ativa, especialmente para garantir a isenção futura de produtos ainda tarifados, como o café, que representa 17% das exportações brasileiras para os EUA.