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Produtos da agricultura familiar enriquecem a merenda de 3,4 mil escolas em todo o estado

Emater-MG ressalta a contribuição do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEE)

Presidente da Emater diz que realidade impacta positivamente no desempenho acadêmico dos nossos alunos, já que permite uma alimentação mais apropriada

Alunos de escolas públicas de todo o estado, não têm do reclamar das frutas, verduras, legumes ovos e laticínios oferecidos na hora do recreio. No Dia Nacional da Alimentação Escolar, comemorado na última terça-feira (21), a Emater-MG lembrou a importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEE).

Além de incentivar a formação de bons hábitos alimentares, o programa fortalece a agricultura familiar, garantindo a compra de boa parte de seus produtos. O Pnae estabelece que, pelo menos 30% dos recursos repassados aos estados e municípios pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), devem ser utilizados na compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar.

Quinze mil agricultores recebem assistência técnica

Desde o final de 2021, quando foi firmado um contrato entre a Emater-MG e a SEE, a empresa tem prestado assistência técnica a cerca de 15 mil agricultores familiares anualmente. De acordo com a coordenação da empresa, esse apoio visa também a organização e a regularização de empreendimentos de pequeno porte.

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Graças ao PNAe, alimentação escolar ficou mais rica e variada

Atualmente, mais de 3,4 mil escolas públicas estaduais são diretamente beneficiadas, resultando numa alimentação mais diversificada, rica e adaptada às realidades locais. A Emater-MG orienta os agricultores para atendimento aos requisitos das chamadas públicas de compra de alimentos. Mas, todo o processo envolve os produtores nas decisões de produção e comercialização, assegurando que os alimentos atendam às necessidades das instituições de ensino e respeitem hábitos e culturas regionais.

Investimentos superam o percentual mínimo de 30%

Em 2023, os recursos governamentais destinados à compra de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar em Minas Gerais somaram R$ 663,4 milhões, dos quais 70,4% foram repassados pelo Governo de Minas. A verba permitiu ao estado ultrapassar a meta mínima estabelecida pela legislação do Pnae, atingindo uma cota de 32,5% de produtos provenientes da agricultura familiar, entre todo o volume de alimentos adquiridos pelas escolas públicas estaduais.

“Essa realidade impacta positivamente até o desempenho acadêmico dos nossos alunos, já que permite uma alimentação apropriada. Pela primeira vez na história superamos o percentual mínimo de 30% da alimentação escolar advindos da agricultura familiar em 2022 e 2023 e crescendo a cada ano. Esperamos avançar ainda mais, elevando constantemente a qualidade da merenda escolar fornecida em nossas escolas estaduais e fortalecendo a nossa agricultura familiar, melhorando a vida de todos”, afirma o diretor-presidente da Emater-MG, Otávio Maia.

Mais de 3,4 mil escolas públicas são beneficiadas em todo o estado

Agricultora ressalta a importância da regularidade das compras

O produtor Genésio Pereira Miguel, do município de Aiuruoca, no Sul de Minas tem assistência técnica da Emater há mais de 10 anos. A família estruturou o Laticínio Bela Vista que, hoje, fornece leite, queijos, manteiga e iogurtes para a merenda escolar, por intermédio do Pnae.

O suporte da Emater-MG contribuiu para a legalização da agroindústria e para a inserção dos produtos no mercado institucional. A renda proveniente das vendas para o Pnae permitiu investimentos na propriedade e diversificação dos produtos, além de ajudar na melhoria da infraestrutura do laticínio. A filha de Genésio, Marilaine Beatriz Miguel, que gerencia a parte financeira do negócio, ressalta a importância da regularidade das compras e do preço justo pago pelo programa.

“É muito bom vender para as escolas estaduais, por meio do Pnae, porque o preço pago é o valor do produto, o necessário. A organização é muito boa. De seis em seis meses, eles fazem contrato com a gente, então não há desatualização de preços. Eles pagam o que é justo”, avalia.

Cooperativa foi criada para atender demanda do programa

Outro exemplo bem-sucedido é da Cooperativa de Produtores Rurais da Agricultura Familiar de Divinópolis (Cooprafad), na região Centro-Oeste. A cooperativa foi criada para atender à demanda do programa. Hoje, o Pnae é responsável por 95% das vendas dos mais de 130 cooperados, fornecendo alimentos para cerca de 33 escolas estaduais.

Entre os cooperados está a família de Ivair Martins Ferreira, que, ao lado do filho Diego, diversificou a produção e aumentou a renda com o fornecimento de legumes e verduras à Cooprafad. “A cooperativa é hoje o nosso principal mercado, pagando melhor e com regularidade, o que garante segurança para nossa produção,” destaca Diego Ferreira.

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