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Por que a pele fica seca no inverno? 7 cuidados básicos para os meses de frio

As baixas temperaturas e o ar seco são fatores que favorecem a desidratação da pele e podem agravar condições como rosácea e dermatite

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Durante o inverno, é comum que a pele se torne mais áspera, perca elasticidade e apresente descamação ou sensação de repuxamento. Apesar de serem características dessa época do ano, especialistas explicam que o frio não é o único responsável por essas mudanças.

O dermatologista Christian Sánchez Saizar, membro da Sociedade Argentina de Dermatologia (SAD), afirma que, durante o inverno, a pele é exposta a vários agressores: variações bruscas de temperatura, vento, radiação UV e calor. Essas condições comprometem a hidratação natural, tornando a pele mais frágil e com menor elasticidade.

A dermatologista Florencia Paniego reforça que a chave está na função de barreira da pele. Uma pele saudável pode se adaptar ao clima, mas, quando essa barreira é prejudicada, surgem inflamações e irritações.

O cirurgião Fernando Felice destaca que a umidade relativa do ar diminui tanto ao ar livre quanto em ambientes aquecidos, o que aumenta a perda de água pela pele. O frio também causa vasoconstrição, reduzindo a circulação sanguínea e o transporte de nutrientes para a pele.

Sinais de alerta: como saber se a pele precisa de atenção

Descamação, vermelhidão persistente, ardência, sensibilidade ao toque ou ao clima e surgimento de lesões são sinais de que a pele está fragilizada. Esses sintomas podem indicar desidratação, disbiose cutânea ou uso inadequado de produtos.

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Cuidados diários para proteger a pele

  • Evite água quente: A água muito quente remove os lipídeos naturais da pele. Prefira temperaturas mornas ao lavar o rosto ou tomar banho;
  • Use sabonetes suaves: Opte por sabonetes sem sulfatos e álcool, principalmente se sua pele for sensível. Géis e espumas de limpeza também são boas opções;
  • Hidrate imediatamente após o banho: Aplique cremes hidratantes logo após o banho para ajudar a reter a umidade na pele;
  • Não abra mão do protetor solar: Mesmo no frio ou em dias nublados, a radiação UV continua atuando. O protetor solar deve ser usado diariamente;
  • Beba água e umidifique os ambientes: O ar seco contribui para a desidratação. Aumente a ingestão de água e utilize umidificadores em ambientes fechados;
  • Evite esfoliações em pele sensibilizada: Procedimentos abrasivos devem ser evitados em peles inflamadas ou irritadas. Priorize cuidados suaves;
  • Escolha produtos conforme seu tipo de pele: Conhecer seu tipo de pele é essencial para escolher os produtos certos. Evite cosméticos irritantes e prefira aqueles com ativos calmantes.

Rosácea e peles reativas: cuidados redobrados

No inverno, a rosácea tende a piorar devido ao clima seco e às mudanças de temperatura. Proteja o rosto com lenços ou cachecóis, evite bebidas quentes ou alcoólicas e use produtos específicos para peles sensíveis, como os que contêm niacinamida ou centella asiática.

Sánchez Saizar sugere uma rotina básica: limpeza suave, aplicação de tratamento tópico para rosácea, hidratação com cremes calmantes e uso diário de protetor solar.

Paniego lembra que a rosácea é uma doença inflamatória com influência hormonal e sistêmica, exigindo acompanhamento especializado.

Ativos indicados para o inverno e como usá-los

Pela manhã, use produtos de limpeza sem sabão, hidratantes com ácido hialurônico e ceramidas, e protetor solar com FPS 30 ou mais. À noite, invista em séruns com niacinamida ou pantenol, óleos vegetais e, se tolerado, retinoides ou ácido glicólico.

O inverno é um bom período para tratar a pele com ácidos que renovam a textura, reduzem manchas e rugas, e equilibram a oleosidade. Inicie com concentrações mais suaves e sempre com orientação dermatológica.

Cuidados ao usar ácidos:

  • Não esfolie no mesmo dia;
  • Use protetor solar diariamente;
  • Evite exposição solar intensa;
  • Consulte um dermatologista se houver alguma condição de pele.

Em caso de inflamação, o ideal é tratar clinicamente antes de iniciar procedimentos como peelings, lasers ou bioestimuladores. Toda intervenção deve respeitar o estado atual da pele.

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, é repórter multimídia no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes passou pela TV Alterosa. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.