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Hábitos que pessoas felizes após os 60 anos costumam deixar para trás

Entenda como o abandono de certas atitudes contribui para um envelhecimento mais leve

Envelhecer com serenidade não está ligado à tentativa de prolongar a juventude. Na verdade, é justamente o contrário: muitas pessoas com 60, 70 anos ou mais encontram uma alegria tranquila ao aceitar o passar do tempo. Essa paz vem, em grande parte, da decisão consciente de deixar para trás hábitos que já não fazem sentido e que, muitas vezes, dificultam aproveitar o presente.

Segundo a psicóloga Magali Caille, essas pessoas costumam deixar para trás certos costumes que se tornaram desgastantes ou desnecessários. A seguir, estão listados nove comportamentos frequentemente abandonados por quem envelhece com mais leveza - e que podem ser deixados de lado em qualquer fase da vida.

1. Dizer “sim” o tempo todo

Buscar agradar a todos consome tempo e energia. Com o passar dos anos, muitas pessoas aprendem o valor de um “não” dito com clareza e respeito. Ao recusar compromissos desnecessários e preservar a própria paz, conseguem priorizar o que realmente importa.

Do ponto de vista emocional, essa postura reflete maturidade, autoconhecimento e a capacidade de estabelecer limites saudáveis.

2. Buscar aprovação constante

Durante boa parte da vida, a opinião alheia pode influenciar decisões e comportamentos. No entanto, com o amadurecimento, muitos deixam de lado essa necessidade de reconhecimento externo. O valor próprio passa a se basear na autoestima, não nos elogios.

A psicologia mostra que a motivação interna - agir por convicção pessoal - está relacionada a um bem-estar mais duradouro.

3. Viver preso no arrependimento

Pessoas que envelhecem com leveza tendem a se libertar do peso dos arrependimentos. Isso não significa ignorar erros ou memórias difíceis, mas sim aprender com elas e seguir em frente. O perdão - tanto a si quanto aos outros - se torna uma ferramenta importante para viver o presente com mais tranquilidade.

Estudos indicam que perdoar reduz o estresse e favorece a saúde emocional.

4. Precisar ter controle sobre tudo

Com o tempo, torna-se claro que nem tudo está sob controle. Quem envelhece com serenidade aprende a lidar com as incertezas da vida sem sofrimento excessivo. Em vez de tentar dominar as situações, o foco passa a ser na forma como se reage a elas.

Essa atitude está alinhada com a atenção plena, que ensina que aceitar a realidade pode diminuir o sofrimento.

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5. Viver se comparando com os outros

Comparar-se aos outros frequentemente gera frustração. Ao amadurecer, muitas pessoas reconhecem o valor da própria jornada e deixam de medir o sucesso com base em padrões externos.

No lugar da competição, desenvolvem gratidão pelo que têm - prática associada a maiores níveis de satisfação, especialmente na maturidade.

6. Descuidar da saúde do corpo

Com o avanço da idade, o cuidado com o corpo tende a ser mais consciente e gentil. Em vez de dietas restritivas ou metas rígidas, muitas pessoas adotam práticas equilibradas, como caminhadas, alongamentos, alimentação saudável e períodos adequados de descanso.

A prioridade deixa de ser a aparência e passa a ser o bem-estar. A pergunta central muda de “Como estou?” para “Como me sinto?”.

7. Evitar conversas difíceis

Idosos emocionalmente saudáveis não evitam conversas delicadas. Ao contrário, optam pela honestidade respeitosa. Sabem que o diálogo claro fortalece vínculos e previne ressentimentos.

Especialistas como Brené Brown destacam que a vulnerabilidade e a comunicação sincera são fundamentais para manter relações duradouras.

8. Acumular objetos desnecessários

Com o tempo, muitas pessoas preferem uma vida mais simples. Reduzem o acúmulo de objetos e se concentram no essencial. Valorizam mais as experiências do que os bens materiais e fazem escolhas de consumo conscientes.

Essa mudança não implica abrir mão do conforto, mas sim priorizar o que realmente importa.

9. Achar que já sabem tudo

É comum encontrar pessoas mais velhas que mantêm o desejo de aprender e explorar o novo. Essa disposição revela uma mente aberta - característica importante de quem envelhece bem.

Ao abandonar a necessidade de estar sempre certo, desenvolvem flexibilidade e abraçam a chamada “mentalidade de crescimento”, associada à resiliência e ao equilíbrio emocional em qualquer idade.

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, é repórter multimídia no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes passou pela TV Alterosa. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.