Recentemente, três pessoas morreram na Austrália após consumir uma refeição que continha o fungo. Segundo registros históricos, ele pode ter causado até a morte de figuras como o imperador romano Cláudio e o papa Clemente VII.
O perigo está na toxina alfa-amanitina, que bloqueia a produção de proteínas essenciais para a sobrevivência celular. O veneno atinge principalmente o fígado, podendo levar a insuficiência hepática, coma e morte. O risco aumenta porque, após uma melhora inicial, a toxina volta a circular no organismo e piora o quadro.
Para a pesquisadora Yen-Wen Wang, da Universidade de Yale, ainda há muito mistério sobre a espécie. A dificuldade em cultivá-la atrapalha os estudos, mas já se sabe que ela evolui rápido, cria novas variantes de toxinas e se adapta a diferentes ambientes. Além disso, descobriu-se que o cogumelo pode se reproduzir sozinho, sem precisar de outro indivíduo, o que acelera sua expansão.
De acordo com a cientista Anne Pringle, da Universidade de Wisconsin-Madison, o fungo chegou à América do Norte junto a árvores importadas da Europa e mostrou grande capacidade de se associar a novas espécies vegetais. Isso explica por que sua disseminação tem sido tão rápida.
Apesar da gravidade, médicos lembram que hoje a taxa de sobrevivência chega a 90% quando o tratamento é feito logo após a ingestão. Os recursos incluem carvão ativado, hidratação intravenosa e medicamentos para proteger o fígado. Mesmo assim, especialistas reforçam que a intoxicação exige diagnóstico precoce e cuidados imediatos.