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‘Cogumelo da morte’ preocupa cientistas com expansão mundial

Tóxico e de aparência inofensiva, o Amanita phalloides já matou em diferentes países e continua evoluindo

O Amanita phalloides, conhecido como ‘co

Um dos fungos mais perigosos do planeta voltou a chamar a atenção de especialistas. O Amanita phalloides, conhecido como ‘ cogumelo da morte’, é responsável por cerca de 90% das mortes relacionadas ao consumo de cogumelos. Sua aparência comum, com chapéu amarelo-claro e lâminas brancas, faz com que seja facilmente confundido com espécies comestíveis. “Basta uma quantidade mínima de 0,1 mg por quilo de peso para que resulte fatal”, explicou James Coulson, farmacólogo da Universidade de Cardiff.

Recentemente, três pessoas morreram na Austrália após consumir uma refeição que continha o fungo. Segundo registros históricos, ele pode ter causado até a morte de figuras como o imperador romano Cláudio e o papa Clemente VII.

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O perigo está na toxina alfa-amanitina, que bloqueia a produção de proteínas essenciais para a sobrevivência celular. O veneno atinge principalmente o fígado, podendo levar a insuficiência hepática, coma e morte. O risco aumenta porque, após uma melhora inicial, a toxina volta a circular no organismo e piora o quadro.

Para a pesquisadora Yen-Wen Wang, da Universidade de Yale, ainda há muito mistério sobre a espécie. A dificuldade em cultivá-la atrapalha os estudos, mas já se sabe que ela evolui rápido, cria novas variantes de toxinas e se adapta a diferentes ambientes. Além disso, descobriu-se que o cogumelo pode se reproduzir sozinho, sem precisar de outro indivíduo, o que acelera sua expansão.

De acordo com a cientista Anne Pringle, da Universidade de Wisconsin-Madison, o fungo chegou à América do Norte junto a árvores importadas da Europa e mostrou grande capacidade de se associar a novas espécies vegetais. Isso explica por que sua disseminação tem sido tão rápida.

Apesar da gravidade, médicos lembram que hoje a taxa de sobrevivência chega a 90% quando o tratamento é feito logo após a ingestão. Os recursos incluem carvão ativado, hidratação intravenosa e medicamentos para proteger o fígado. Mesmo assim, especialistas reforçam que a intoxicação exige diagnóstico precoce e cuidados imediatos.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.