Após Instagram limitar recurso, entenda o ‘mito das hashtags’

CEO diz que hashtags não aumentam visualizações; ele explica como a plataforma prioriza relevância e interesse real

O Instagram mudou a forma como os conteúdos são descobertos na plataforma e isso afeta diretamente quem cria posts e Reels. A partir de agora, a rede social passa a limitar o uso de hashtags a apenas cinco por publicação, bem menos do que o antigo teto de 30. A mudança deixa claro que quantidade não significa gerar mais alcance.

Durante anos, criadores e marcas acreditaram que quanto mais hashtags usassem, maiores seriam as chances de aparecer na aba Explorar e conquistar novos seguidores. Essa lógica, porém, ficou para trás. Segundo Adam Mosseri, chefe do Instagram, essa ideia não passa de um mito.

Em uma sessão recente de perguntas e respostas, Mosseri afirmou que hashtags não são uma forma de aumentar o alcance de um post. Hoje, elas servem principalmente para organizar o conteúdo e facilitar a busca dentro da plataforma e não para impulsionar automaticamente visualizações ou seguidores.

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A mudança acompanha a evolução do sistema de recomendação do Instagram, que agora se baseia principalmente nos interesses reais das pessoas e na relevância do conteúdo. Em vez de olhar para a quantidade de hashtags, a inteligência artificial da rede decide o que mostrar a cada usuário com base no que ele costuma consumir e interagir.

Esse modelo já é adotado também no Threads, aplicativo ligado ao Instagram, onde só é permitido usar uma tag por postagem. A proposta, segundo Mosseri, é incentivar a criação de comunidades e reduzir práticas de engajamento artificial, como o uso excessivo de hashtags genéricas.

O limite de cinco hashtags não foi definido ao acaso. O Instagram testou essa abordagem por cerca de um ano, chegando a restringir alguns perfis a apenas três tags. O resultado mostrou que menos hashtags, quando bem escolhidas, ajudam no desempenho do conteúdo, deixam as legendas mais limpas e reduzem o spam na plataforma.

A empresa também reforça que hashtags muito amplas, como reels ou explore, não ajudam e podem até prejudicar a entrega do post. A recomendação é usar tags específicas do seu nicho. Quem fala de beleza deve apostar em termos ligados a esse universo, enquanto criadores de viagem devem focar em hashtags relacionadas a destinos e turismo.

Para quem produz conteúdo, a mensagem é clara. Não adianta mais empilhar hashtags esperando resultados. O que funciona agora é escolher poucas palavras-chave, mas que realmente representem o tema do post e atraiam o público certo.

A implementação do novo limite acontece de forma gradual, então nem todos os perfis percebem a mudança ao mesmo tempo. Ainda assim, a tendência aponta para um Instagram com menos ruído, mais relevância e foco em conexões reais.

Essa decisão faz parte de um movimento maior nas redes sociais, que prioriza nichos, interesses específicos e engajamento verdadeiro, em vez de tentar alcançar todo mundo ao mesmo tempo. Criadores que se adaptarem a essa lógica e usarem hashtags de forma estratégica têm mais chances de obter bons resultados daqui para frente.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação Duo, FBK, Gira e Viver.

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