Quem nunca sonhou em acelerar a 88 milhas por hora e viajar no tempo? O DeLorean DMC-12 ficou eternizado por “
O design futurista que marcou época (e deu trabalho)
O visual do DeLorean é inconfundível, mas suas características mais marcantes também trouxeram desafios únicos:
- Carroceria em aço inoxidável: lindo e resistente à corrosão, mas um pesadelo para manter limpo (adeus, impressões digitais!) e quase impossível de pintar ou reparar amassados sem deixar marcas. Apenas três foram banhados a ouro 24k promocionalmente!
- Portas asa-de-gaivota: extremamente estilosas e icônicas, mas pesadas e necessitando de mais espaço lateral para abrir do que portas convencionais — imagine estacionar em vagas apertadas. Precisavam de suportes a gás (como os de porta-malas) para se manterem abertas.
- Chassi de Lotus: por baixo da carroceria futurista assinada por Giorgetto Giugiaro, a estrutura e a suspensão tinham muito em comum com o Lotus Esprit, buscando um comportamento dinâmico mais apurado, embora o desenvolvimento final tenha sido feito pela própria DeLorean Motor Company.
Desempenho modesto e uma história digna de filme
Apesar do visual de supercarro e da fama cinematográfica, a realidade sob o capô era bem diferente, e a história da empresa foi turbulenta:
- Motor V6 “anêmico”: o motor PRV (Peugeot-Renault-Volvo) V6 de 2.85 litros, montado na traseira, entregava apenas cerca de 130 cv. O 0 a 100 km/h levava mais de 10 segundos, longe da performance sugerida pelo design ou pelo filme (o carro do filme, aliás, teve o motor trocado por um V8 da Porsche para algumas cenas!).
- O sonho e a queda de John DeLorean: o criador, John Z. DeLorean, era um
ex-executivo da GM com uma visão ousada, mas a empresa enfrentou problemas financeiros e ele acabou preso em uma controversa armação de tráfico de drogas (da qual foi absolvido posteriormente), selando o destino da produção. - Produção limitada: apenas cerca de 9.000 unidades foram fabricadas entre 1981 e 1983 na fábrica da Irlanda do Norte, tornando o DeLorean um carro relativamente raro hoje em dia.
O mito sobrevive: quanto vale um DeLorean hoje?
Mesmo com a produção encerrada há décadas, o fascínio pelo DeLorean DMC-12 continua forte, impulsionado pela cultura pop e por sua história única:
- Ícone cultural: “De Volta Para o Futuro” garantiu a imortalidade do carro, tornando-o um dos veículos mais reconhecíveis do planeta, mesmo por quem não é entusiasta automotivo.
- Valorização: um DeLorean em bom estado pode valer uma quantia considerável no
mercado de colecionadores , especialmente por sua raridade e status icônico. Os preços variam muito conforme a condição, originalidade e histórico, podendo ir de algumas dezenas a centenas de milhares de reais. - Peças e comunidade: surpreendentemente, ainda existe uma boa oferta de peças de reposição (muitas originais de estoque antigo) e uma comunidade de proprietários e fãs muito ativa ao redor do mundo.
O DeLorean DMC-12 é a prova de que a história real de um carro pode ser tão ou mais cativante que a ficção. Suas portas asa-de-gaivota, a carroceria de aço e a trajetória conturbada criaram uma lenda automotiva que continua a despertar curiosidade e paixão. Muito mais que uma máquina do tempo, é um pedaço fascinante da história sobre rodas que nos lembra como design e circunstâncias podem criar ícones eternos.