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Quais são os alimentos da dieta nórdica que ajudam a controlar a pressão arterial e o colesterol

Padrão alimentar do norte da Europa mostra potencial para reduzir fatores de risco cardiovascular

Peixes e vegetais são a base da dieta nórdica

Pesquisas recentes indicam que a chamada dieta nórdica, típica de países como Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Semelhante à dieta mediterrânea, ela privilegia frutas, verduras, cereais integrais e gorduras benéficas, adaptando aos ingredientes locais da região.

A epidemiologista Cecilie Kyro, em entrevista ao The New York Times, recorda que, nas férias com os avós nas ilhas dinamarquesas de Langeland e Orø, o desjejum era “flocos de aveia frios no café da manhã" e, ao meio-dia, ela comia “sanduíche aberto de centeio com arenque em conserva”. As noites geralmente traziam tubérculos acompanhados de peixe e, com menos frequência, pequenas porções de carne.

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A dieta dá prioridade a alimentos pouco processados: cereais integrais (aveia, cevada, centeio), pães crocantes à base desses grãos, legumes, verduras de raiz (nabo, cenoura, pastinaca) e crucíferas (repolho, couve-flor). Em vez do azeite, o óleo de canola é a principal fonte de gordura vegetal. Bagas - mirtilo, morango, oxicoco - e frutas como maçã e pera também são destaque. Peixes gordos ricos em ômega-3 (salmão, cavala, sardinha, arenque) são incentivados; carnes vermelhas e processadas aparecem raramente, e laticínios somente de baixo teor de gordura.

Sobre os benefícios, Kjetil Bjornevik, da Escola de Saúde Pública T. H. Chan (Harvard), observa que “como a dieta é rica em fibras e gorduras saudáveis, é lógico que também seja boa para o coração”, disse ao jornal americano. Fibras e cereais integrais ajudam a reduzir o colesterol LDL; os ácidos graxos ômega-3 e a menor ingestão de gorduras saturadas tendem a baixar o risco de infarto e AVC.

Ensaios clínicos e revisões recentes apontam reduções em peso, pressão arterial e níveis de colesterol entre participantes que adotaram o padrão nórdico, embora sejam necessários mais estudos para quantificar plenamente a proteção contra doença cardiovascular.

Para quem quer aplicar os princípios fora da Escandinávia, a recomendação é simples: priorizar alimentos integrais e minimamente processados, aumentar fibras e fontes de gorduras insaturadas (peixe gordo, oleaginosas, óleo de canola), reduzir açúcares adicionados, sal e alimentos ultraprocessados.

“Qualquer pessoa pode incorporar à sua dieta alimentos saudáveis para o coração e de inspiração nórdica, mesmo que viva a oceanos de distância”, resume Bjornevik.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.