A forma como
15 frases essenciais para criar crianças felizes
Os profissionais ressaltam que a intenção e o contexto importam: validar emoções, reconhecer esforço e comunicar limites com clareza.
1) “Você se preparou e se esforçou; isso é o mais importante.” - antes de provas, ajuda a valorizar o processo, aponta o psiquiatra infantil Andrés Luccisano.
2) “Errar faz parte do processo, vamos ver juntos como melhorar.” - estimula tolerância à frustração (Luccisano).
3) “Você pode ficar bravo ou discordar, mas sempre com respeito.” - favorece a regulação emocional (Luccisano).
4) “Nem sempre você vai concordar, mas tomo esta decisão para cuidar de você.” - explica limites sem abrir mão do papel protetor, diz a psicóloga Lorena Ruda.
5) “Você pode contar comigo para o que precisar, sempre.” - reforça apego seguro (Luccisano).
6) “Se permita tentar; estarei por perto se você precisar de ajuda.” - promove autonomia com base de apoio (Luccisano).
7) “Respire fundo e faça o melhor que puder. Vai dar tudo certo.” - reduz a ansiedade sem pressão excessiva (Ruda).
8) “O que você pode aprender com o que aconteceu?” - incentiva autoanálise, diz a psiquiatra Andrea Abadi.
9) “O que você faria diferente da próxima vez?” - estimula escolhas mais conscientes (Abadi).
10) “Veja quais coisas saíram bem nesta situação.” - identifica recursos e decisões positivas (Abadi).
11) “O amor e o cuidado continuam intactos, mesmo quando estamos bravos.” - garante segurança após conflitos (Abadi).
12) “Tenha um bom dia, a gente se vê depois.” - valoriza rotinas e despedidas afetuosas (Ruda).
13) “Entendo que você se irrite; para você isso é importante, embora neste caso seja de outra maneira.” - valida a emoção antes do limite (Ruda).
14) “Eu celebro seu esforço e o fato de você ter conseguido algo novo.” - reforça perseverança (Ruda).
15) “Eu te escuto, te entendo e estou aqui para você.” - disponibilidade e empatia autênticas (Ruda).
A importância da coerência
O efeito das frases cresce quando há ações congruentes. “Ensinamos o que sabemos, mas transmitimos o que vivemos”, resume Luccisano. Se uma criança cair da bicicleta, a orientação é acolher e dizer: “Parabéns por estar tentando. Quando você sentir que pode tentar de novo, fazemos juntos até que consiga sozinha”.
Abadi reforça que “não adianta falar de otimismo se passamos o dia irritados, reclamando de tudo e de todos”. “As crianças aprendem observando e, se percebem essa incoerência, a mensagem real que recebem é que a vida é chata e pouco prazerosa.”
Escuta e validação emocional
"É importante que nossos filhos sintam que são queridos e importantes para os adultos e não que estão numa casa apenas compartilhando teto e rotinas”, diz Ruda. A base da confiança está na disponibilidade: não subestimar relatos, abrir espaço para a conversa e agir com neutralidade em brigas entre irmãos para evitar favoritismos.
Em frustrações, muitas vezes a melhor ajuda é presença e acolhimento: “Eu te escuto e te entendo. Estou aqui para o que você precisar” tende a ser mais efetivo do que ‘dicas adultas’ pouco aplicáveis à idade, observa Ruda.
Evitar positivismo superficial
Para Abadi, “falar com nossos filhos de forma positiva e realista não significa maquiar a realidade nem negar as dificuldades, e sim ajudá-los a encontrar equilíbrio: reconhecer o que dói ou incomoda e, ao mesmo tempo, identificar oportunidades de aprendizado”. Nem tudo se resolve com slogans: “Nem tudo se resolve com um ‘vai ficar tudo bem’. Às vezes a resposta honesta é: ‘Isto é difícil, mas vamos ver juntos o que podemos fazer’”.
Luccisano acrescenta que empatia, reparação após erros e afeto cotidiano sustentam o vínculo.
Pequenos gestos
Rotinas simples - como brincar junto, acompanhar tarefas, olhar nos olhos ao ouvir, cumprimentos e despedidas - constroem identidade e segurança. O médico sugere priorizar tempo de qualidade: “Dediquem ao menos dez minutos por dia para entrar no mundo deles. Entrem nas cabanas de lençol, corram atrás das bicicletas, deitem no chão para montar pistas ou tomar chá com os bonecos. Porque só muito tempo depois saberemos qual desses momentos simples e genuínos virou a melhor lembrança da infância”.