O avanço da
Segundo o especialista, a questão central já não é mais “se a automação vai afetar empregos, mas quão rapidamente isso vai acontecer”. Para ele, o impacto pode ser muito mais veloz do que o imaginado.
Gawdat apontou três áreas profissionais particularmente vulneráveis: desenvolvedores de software, podcasters e criadores de conteúdo, além de CEOs e executivos. “A capacidade crescente da IA de gerar código está tornando muitas funções de programação obsoletas”, destacou, citando ferramentas como GitHub Copilot e ChatGPT.
No campo do conteúdo digital, a IA já é capaz de criar roteiros e vozes sintéticas com qualidade impressionante. Mais surpreendente, segundo ele, é que até mesmo gestores de alto escalão correm risco. “As habilidades analíticas e de tomada de decisão da IA já superam, em muitos aspectos, as capacidades humanas”, afirmou.
O executivo também explicou o conceito de Inteligência Artificial Geral (AGI), capaz de aprender qualquer habilidade humana e superá-la. Para Gawdat, o desenvolvimento dessa tecnologia não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”.
Ele prevê uma “distopia de curto prazo”, marcada por desemprego em massa e crises sociais, especialmente em países como o Brasil, que ainda enfrentam desafios estruturais no mercado de trabalho. No entanto, lembra que transformações tecnológicas históricas também abriram novas oportunidades, como ocorreu na Revolução Industrial.
A saída, defende, é abraçar a mudança. Profissionais devem investir em aprendizagem contínua, desenvolver habilidades complementares à IA e buscar áreas que envolvem interação humana genuína e decisões éticas complexas. “O futuro do trabalho está sendo escrito agora. Cabe a cada profissional decidir se será protagonista ou espectador dessa transformação histórica”, concluiu.