Além do desconforto que acompanha a vida de grande parte das adolescentes, a
A pesquisa analisou mais de 1 mil participantes do Reino Unido ao longo de 12 anos. Aos 15 anos, as adolescentes relataram a intensidade das cólicas menstruais. Depois, aos 26 anos, elas foram avaliadas quanto à presença de dor crônica – dor persistente por três meses ou mais.
Entre aquelas que nunca tiveram cólica, cerca de 18% desenvolveram
Para um dos participantes da pesquisa, o professor Omero Benedicto Poli Neto, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, a cólica intensa não pode ser tratada com normalidade.
“Quando é intensa, ela é um marcador importante e aumenta significativamente o risco de uma adolescente se tornar uma mulher com dor crônica”, alertou.
De acordo com o pesquisador, o acompanhamento de longo prazo, durante o estudo, permitiu estabelecer uma forte relação entre cólica e dor crônica no futuro. “Até então, não havia trabalhos dessa magnitude.”
Os resultados da pesquisa mostraram que as consequências da dor não ficam restritas ao abdome e à região pélvica. Além delas, o levantamento apontou maior ocorrência de cefaleia (dores de cabeça) e dores nas costas entre as participantes que sofreram com cólicas intensas na adolescência.
Houve ainda aumento em dores articulares, como em joelhos e punhos. “Uma adolescente que sofre com cólica intensa não está apenas em risco de continuar com dor pélvica. Ela pode desenvolver enxaqueca, dor nas costas ou em outras partes do corpo. Em nosso julgamento, o que conecta essas condições é o sistema nervoso central, que se torna mais sensível após a exposição repetida à dor”, explica o professor.
*Com informações do jornal USP
(Sob supervisão de Edu Oliveira)