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Estudo aponta que cerca 40% das pessoas que sofrem com dor crônica têm depressão e ansiedade

Nova pesquisa revela alta prevalência de transtornos mentais entre pacientes com dor persistente, especialmente jovens e mulheres com fibromialgia

Um estudo publicado no periódico Jama, realizada pela Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, revelou que cerca de 40% das pessoas que sofrem de dor crônica também apresentam quadros de depressão ou ansiedade. A pesquisa analisou 376 estudos envolvendo 347.468 pessoas com dor crônica em 50 países.

A dor é considerada crônica quando persiste por mais de três meses e pode ser causada por diversas condições, como osteoartrite, osteoartrose, fibromialgia e câncer. Estima-se que a dor crônica afete cerca de 21% dos adultos no mundo e é considerada altamente incapacitante.

Os resultados da revisão indicam uma prevalência de 39,3% para depressão e 40,2% para ansiedade entre os indivíduos com dor crônica analisados. Os índices de depressão e ansiedade foram ainda maiores em jovens e mulheres, grupo já mais afetado por esses transtornos mentais.

Segundo o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, a alta incidência de transtornos mentais em pacientes com dor crônica ocorre porque “são quadros prolongados que acabam afetando significativamente a qualidade de vida, trazendo impactos negativos e prejuízos à vida dessas pessoas”.

A pesquisa também aponta que a falta de tratamento para a depressão ou ansiedade pode agravar a dor crônica. Kanomata explica que “a depressão ou a ansiedade não tratada afeta a qualidade de vida, diminui a adesão ao tratamento, pode levar ao uso irregular das medicações e até ao abandono do acompanhamento médico”. Ele enfatiza que “tratar esses quadros é essencial para aumentar a taxa de sucesso do tratamento contra a dor crônica”.

O especialista ressalta a importância de um trabalho multidisciplinar envolvendo profissionais de diversas especialidades, incluindo o psiquiatra. Ele observa que “atualmente, os profissionais estão mais atentos a esse risco [da presença de depressão ou ansiedade]. Médicos que atendem pacientes com dor crônica costumam avaliar também esses sintomas e, na existência deles, já podem considerar medicações que ajudem a tratar esses casos”.

*Com informações da Agência Einstein

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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento
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