A artrose na coluna, também conhecida como espondiloartrose é uma doença degenerativa, ou seja, não tem cura. Recentemente, foi veiculado nas mídias que o cantor Wesley Safadão teria sido diagnosticado com a doença, o que justificaria o afastamento dos shows.
No entanto, procurada pela produção do programa Hora da Venenosa, da Record, a assessoria do artista negou o diagnóstico e afirmou tratar de uma
Artrose na coluna
"É como um “envelhecimento” natural das articulações que ligam as vértebras, chamadas de articulações facetárias. Com o tempo, essas articulações vão sofrendo desgaste, perdendo cartilagem e formando os famosos “bicos de papagaio” (osteófitos). Esse processo pode deixar a coluna mais rígida e até estreitar o canal por onde passam os nervos, o que gera dor e limita movimentos”, explica o médico neurocirurgião Felipe Mendes à Itatiaia.
Entre os sintomas mais comuns estão as dores intensas e persistentes nas costas ou no pescoço; rigidez, especialmente ao acordar, e dificuldade para se movimentar. Segundo o neurocirurgião, em casos mais avançados, a dor pode irradiar para braços ou pernas, acompanhada de formigamento, dormência ou fraqueza.
As causas da artrose são múltiplas: o próprio envelhecimento, herança genética, sedentarismo, sobrepeso e até microtraumas repetitivos, como má postura ao longo da vida ou esforço físico exagerado, podem acelerar esse desgaste.
“A artrose da coluna pode atingir homens e mulheres, mas costuma ser um pouco mais comum nas mulheres após a
Por que a doença é incurável?
A cartilagem articular, uma vez desgastada, não se regenera naturalmente. "É como um pneu careca: a borracha não volta sozinha. A artrose é um processo crônico e progressivo, ou seja, vai avançando com o tempo. Por isso, o foco do tratamento é aliviar os sintomas, preservar a mobilidade e evitar que a doença piore”, pontuou Mendes.
O tratamento combina várias estratégias, como:
- Fisioterapia e exercícios para fortalecer a musculatura de suporte da coluna
- Reeducação postural, para aliviar sobrecarga
- Medicações analgésicas e anti-inflamatórias
- Infiltrações com anestésicos e corticoides em casos mais resistentes
“Tudo isso ajuda a reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida, sem precisar de cirurgia na maioria dos casos”, explica o neurocirurgião.
No entanto, a cirurgia é necessária quando o tratamento conservador falha após meses de acompanhamento; quando dor é tão intensa que compromete a qualidade de vida ou quando há sinais de compressão nervosa progressiva, como perda de força nas pernas ou braços, alterações urinárias ou intestinais.
“Nesses casos, as técnicas minimamente invasivas, como as cirurgias endoscópicas, têm trazido ótimos resultados, com menor tempo de recuperação e menos impacto para o paciente”, afirma Mendes.