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Febre em crianças: saiba como agir e quando buscar ajuda médica

Além da temperatura, o comportamento da criança ajuda a definir se é preciso procurar

Além da temperatura, o comportamento da criança ajuda a definir se é preciso procurar

Cerca de 20% a 30% das queixas nos consultórios pediátricos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), estão relacionadas à febre. Apesar de não ser uma doença, o aumento da temperatura corporal acima dos níveis normais é um sinal de que algo não está bem.

A temperatura normal varia de pessoa para pessoa e ao longo do dia, mas é considerada febre quando ultrapassa 37,8 °C. Esse aumento é uma reação natural do corpo para combater agressores, como vírus ou bactérias. Outros sintomas podem acompanhar a febre, como extremidades frias, calafrios, taquicardia e respiração acelerada.

Vale lembrar que há uma variação natural da temperatura ao longo do dia, influenciada pelo ritmo circadiano. Em adultos, essa variação pode chegar a 0,5 °C e, em bebês, até 1 °C.

Até recentemente, a SBP considerava febre quando a temperatura ultrapassava 37,8 °C. No entanto, em maio deste ano, a entidade passou a reconhecer 37,5 °C (medidos pela axila) como o novo parâmetro. A mudança foi publicada no documento “ Abordagem da Febre Aguda em Pediatria e Reflexões sobre a Febre nas Arboviroses”. A Academia Americana de Pediatria também adota essa referência.

Febre: o que fazer?

Segundo o pediatra Tadeu Fernando Fernandes, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP e um dos autores do novo documento, é importante manter a criança bem hidratada e observar a evolução dos sintomas. A febre deve ser avaliada pelo quadro clínico geral. O que importa é o estado geral da criança, não apenas a temperatura.

Quando levar a criança ao médico?

Se a temperatura atingir 37,5 °C, observe o comportamento da criança. Se ela estiver ativa, brincando e se alimentando bem, pode não ser necessário usar medicamentos. Mas sinais como choro constante, irritabilidade, perda de apetite ou ausência de urina merecem atenção e avaliação médica.

Apesar de muita gente associar febre a convulsões, isso só acontece em crianças predispostas, e pode ocorrer mesmo com febres mais baixas.

A ida ao pronto-socorro deve ser considerada quando, além da febre, há outros sinais de alerta, como falta de ar, apatia, recusa de líquidos ou alimentos, ou se a medicação não tiver efeito.

Medicamentos

No Brasil, os antitérmicos mais usados são paracetamol, dipirona e ibuprofeno. Eles devem ser administrados de acordo com a orientação médica, respeitando dose e intervalo conforme o peso e a idade da criança.

Não é recomendado alternar ou combinar diferentes medicamentos para febre, pois isso aumenta o risco de superdosagem, mesmo sendo uma prática comum entre os responsáveis.

* Sob supervisão de Lucas Borges
* Com informações da Agência Eistein

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas