O carrapato‑estrela, também chamado de micuim, é o vetor mais preocupante de febre maculosa brasileira, zoonose transmitida pela bactéria Rickettsia rickettsii .
Com ocorrência em áreas rurais, periurbanas e até parques urbanos no Brasil, esse carrapato representa risco significativo tanto para pets quanto para humanos.
Cães costumam ser mais resistentes à Rickettsia rickettsii, mas ainda assim podem desenvolver febre maculosa e apresentar sintomas como febre alta repentina, apatia e falta de apetite, manchas avermelhadas na pele.
Também pode haver dor nas articulações, hemorragias, vômitos ou diarreia em casos graves.
E um lembrete importante: cães, mesmo sem sintomas, podem carregar carrapatos infectados e servir como ponte para a transmissão aos humanos.
O risco é especialmente alto quando o animal frequenta áreas com vegetação densa, fazendas ou parques com capivaras.
Características do vetor e contágio
Adultos do carrapato‑estrela medem cerca de quatro milímetros e apresentam padrão em formato de estrela no dorso.
A transmissão da bactéria ocorre geralmente após quatro a seis horas de fixação contínua no hospedeiro.
Reservatórios como capivaras, cavalos e gambás são os principais meios de circulação do parasita, indica o Ministério da Saúde.
Sinais clínicos, diagnóstico e tratamento
Em cães, sinais de febre maculosa incluem febre, letargia, manchas, tosse e sangramentos nas mucosas.
O diagnóstico é complexo e exige exames como imunofluorescência indireta (RIFI), PCR e investigação epidemiológica.
O tratamento deve começar o quanto antes, com antibióticos como doxiciclina e tetraciclina, principalmente nos primeiros três dias de sintomas, com duração de cerca de 10 a 14 dias para cura total.
Não existe vacina contra a febre maculosa, por isso as estratégias preventivas são essenciais, tanto para humanos quanto para seus pets.
Além do uso de repelentes e roupas que cubram o corpo em trilhas ou áreas de mata, o controle de carrapatos no ambiente e nos animais deve ser feito com orientação veterinária.
Atenção também ao descarte correto de folhas, madeira e entulhos no quintal, pois o acúmulo desses materiais favorece a presença de carrapatos.
Em áreas endêmicas, deve-se evitar contato direto com capivaras e limitar passeios com os cães próximo a trilhas, margens de rios ou parques urbanos com registros da doença.
Segundo o Instituto Butantan, o monitoramento da população de carrapatos em áreas de risco é uma das estratégias utilizadas por autoridades de saúde para alertar a população.
Além disso, a notificação imediata de casos suspeitos permite atuação rápida das equipes de vigilância epidemiológica.
Para prevenir, o Ministério da Saúde e Nota Técnica 75/2023 recomendam:
- Uso de roupas claras, manga comprida, calça por dentro da bota e repelente específico;
- Remoção de carrapatos com pinça, sem esmagar, e esterilização do local com álcool 70%;
- Controle em pets: uso mensal de acaricidas (pipetas, coleiras ou comprimidos) e inspeção após passeios em áreas de risco;
- Manejo de áreas externas (podas, capinas e limpeza de ambientes) onde pets circulam.