Na última semana, o noticiário nacional e internacional cobriu o caso das 33 mulheres suecas submetidas à histerectomia devido diagnósticos errados de câncer no útero. À Itatiaia, a oncologista e professora da Faculdade de Ciências médicas de Minas Gerais, Monique França, deu detalhes sobre quando esse procedimento é indicado.
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Conforme a especialista, a Histerectomia é um tipo de cirurgia que pode ser indicada tanto para situações relacionadas a tumores malignos, como câncer de colo de útero e no endométrio, quanto em situações benignas, como endometriose, sangramento vaginal prolongado e prolapso vaginal.
França aponta que em casos de câncer de colo de útero, a histerectomia é um dos pilares do tratamento. Contudo, antes de avaliar se a paciente é candidata ou não para retirada do útero são levados vários pontos em consideração. São eles:
- Se a doença está localizada só no útero e na vagina de forma que possa ser retirada
- Se a doença está espalhada para outras partes do corpo
- Comorbidade da paciente, se há outros problemas de saúde impeditivos para o procedimento
Outro ponto explicado por França é que não são todos os cânceres de colo de útero necessitam da histerectomia. “Existem outras estratégias de tratamento podem ser até melhores do que a retirada do útero. Por exemplo, em casos que o tumor seja muito inicial e muito pequenininho e a paciente ainda tem desejo de engravidar”, afirma a oncologista.
“Nesses casos, há a possibilidade de fazer vocês fazer cirurgias menores que retira só o colo do útero e preserva o corpo do útero de forma que a paciente ainda mantém a capacidade de gerar uma criança”, esclarece. A médica afirma que, apesar de possível, essas situações são muito específicas e que o tumor tem que ser muito inicial.
Entenda o caso
Mais de 30 mulheres tiveram os úteros retirados por engano em um hospital da Suécia entre 2023 e 2024, devido a diagnósticos errôneos de câncer no útero. O caso ocorreu com 33 mulheres no Hospital Universitário de Uppsala.
Segundo a imprensa local, as mulheres, que tinham idades entre 38 e 85 anos, foram informadas de que apresentavam alterações que indicavam possibilidade de câncer no útero e que era recomendável a histerectomia.
Porém, depois que as mulheres passaram pela cirurgia, foi descoberto que o diagnóstico estava incorreto. O hospital identificou um aumento inexplicável no diagnóstico de câncer de útero, por isso, decidiu iniciar uma investigação, e foi constatado que houve um ‘sobrediagnóstico sistemático’.
