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O que é metanol, substância encontrada em bebidas alcoólicas em SP

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo já confirmou duas mortes e dez casos estão sob investigação

Duas pessoas morreram por intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas na capital paulista e em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, segundo informou o Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. Outros dez casos estão sob investigação.

As ocorrências chamaram atenção, pois são inúmeras em um curto período de tempo. Para efeitos de comparação, nos últimos dois anos, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) havia recebido notificações de intoxicação por metanol principalmente em situações envolvendo consumo de combustíveis, geralmente em contextos de pessoas em situação de rua. No entanto, o cenário atual é diferente: as ingestões ocorreram em ambientes sociais, como bares, e envolveram bebidas variadas, incluindo gin, whisky e vodka.

Metanol

Mas afinal, o que é o metanol? Segundo informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, é um “composto orgânico da família dos álcoois, sendo líquido à temperatura ambiente”.

O metanol é inflamável e incolor e tem grande potencial de intoxicação. Quando consumido, mesmo em doses pequenas, pode levar à morte. O envenenamento pela ingestão do composto é causado pela interação das enzimas hepáticas e o metanol, que formam o formaldeído e o ácido fórmico.

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Embora seja usado em pequenas quantidades na natureza, podendo ser encontrado em frutas, vegetais e até produzido pelo corpo humano em baixíssimas doses, o metanol é altamente tóxico em concentrações elevadas.

Para que serve?

O metanol tem diversas aplicações legítimas na indústria. Ele é usado na fabricação de formaldeído (o famoso formol), ácido acético, tintas, solventes e plásticos, e está presente em produtos como anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta.

Também já foi utilizado como combustível em carros de corrida e pequenos motores, mas em condições seguras e controladas.

No Brasil, uma das principais funções do metanol é servir de matéria-prima para a produção de biodiesel, em um processo químico chamado de transesterificação. Fora disso, ele não deve ser comercializado diretamente para consumo humano ou adicionado em grande escala a combustíveis comuns.

Riscos à saúde

A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, cegueira e até a morte. Pequenas quantidades já são suficientes para provocar intoxicação grave.

O produto também é inflamável, podendo gerar incêndios e explosões em caso de manuseio inadequado. A presença de metanol em excesso na gasolina ou no etanol adulterado multiplica os perigos: além de enganar o consumidor, pode levar a falhas mecânicas graves e colocar motoristas e passageiros em risco de acidentes.

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Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.