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Casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas desafiam autoridades em SP

Duas pessoas morreram e várias estão internadas em São Paulo

Autoridades tentam descobrir o que causou intoxicação em vários pessoas em SP

Autoridades de São Paulo e do governo federal estão mobilizadas para descobrir o que causou intoxicação em várias pessoas, com duas mortes e oito pessoas internadas, nos últimos dias. As vítimas passaram mal após consumir bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. Dez novos casos são investigados. O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu uma recomendação urgente a estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no estado de São Paulo e regiões próximas.

As ocorrências foram registradas entre 1º e 25 primeiros dias deste mês e são considerados inéditos pelo número de casos em curto período, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas (SP). Os óbitos foram registrados na capital e na cidade de São Bernardo do Campo, na região metropolitana.

Ainda conforme o Ciatox, que pertence à Secretaria da Saúde, outros seis casos foram confirmados desde junho em território paulista e, atualmente, dez pacientes são investigados por possível contaminação pela mesma substância.

A pasta não informou se todos as ocorrências, inclusive as mortes, foram causados por ingestão de bebida alcoólica adulterada, conforme informado pelo governo federal realizado sexta-feira (26).

Alerta

O MJSP, por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), fez uma alerta para o registro de nove casos de intoxicação por metanol no Estado de São Paulo registrados no curto período de 25 dias.

Segundo a pasta, o número de ocorrências neste intervalo de tempo é considerado “fora do padrão”. Isso sem considerar o risco de subnotificação, já que nem todos os casos chegam aos órgãos de vigilância e controle.

Conforme o Senad, a contaminação aconteceu após as vítimas consumirem, bebidas alcoólicas adulteradas, como gin, whisky, vodka, comercializadas em bares e festas.

A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo informou que Centro de Vigilância Sanitária monitora o trabalho dos municípios paulistas na fiscalização dos estabelecimentos de vendas de bebidas “envolvidos na comercialização e distribuição dos produtos contaminados”.

“O CVS reforça que o consumo de bebidas alcoólicas de origem clandestina ou sem procedência confiável representa risco à saúde, já que podem conter substâncias tóxicas”, diz a pasta.

Também chamado de álcool metílico, o metanol é um biocombustível altamente inflamável, que pode ser obtido por meio da destilação destrutiva de madeiras, processamento da cana-de-açúcar, ou de gases de origem fóssil.

Suas propriedades químicas são semelhantes ao etanol, mas com um nível mais elevado de toxidade. Utilizada como solvente em indústrias químicas, a substância também é aplicada para a fabricação de plásticos e para a produção de biodiesel e combustível.

A ingestão acidental ou intencional de metanol provoca intoxicações graves e pode levar à morte. De acordo com o governo, a adulteração de bebidas aumenta a gravidade da situação, já que, do ponto de vista de saúde pública, pode causar surtos epidêmicos com casos severos e alta taxa de letalidade.

A Secretaria da Saúde de São Paulo recomenda que bares, restaurantes e locais que fazem a venda de bebidas chequem com atenção a procedência dos produtos oferecidos pelo fornecedores

A pasta alerta, ainda, que a população compre apenas bebidas de fabricantes legalizados e que possuam rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, “evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco”.

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