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Alzheimer: pesquisa revela que é possível diminuir sintomas da doença salvando células danificadas

Estudo da Universidade Estadual da Pensilvânia publicado nesta semana foca mutações celulares

Um estudo publicado pela Universidade Estadual da Pensilvânia revelou uma forma inovadora de evitar os efeitos do Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica. O mecanismo foca em impedir a morte de neurônios. Até agora, a maioria dos tratamentos são voltados para combater os sintomas da doença em seus estágios finais.

A pesquisa muda essa abordagem, focando em tratar problemas iniciais que levam ao desenvolvimento da doença, como o acúmulo da proteína amiloide, que são versões mutantes de proteínas normais. O mesmo vale para as outras doenças amiloides cerebrais, ou seja, que também são causadas pelo depósito de proteínas amiloides e são degenerativas.

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Estudo de mutações nas células para combater o Alzheimer

A ciência ainda não sabe exatamente o que causa o Alzheimer, mas as proteínas de heparam sulfato-modificadas podem estar envolvidas. Elas estão nas células animais e as ajudam a crescer e interagir com o ambiente. Esses sinais também têm influência na autofagia, que é um processo que remove componentes “danificados” das células naturalmente, além de reciclar nutrientes e ajudar a combater a invasão de patógenos. Nos estágios iniciais da maioria das doenças neurodegenerativas esse processo de autofagia é comprometido, o que pode ser causado pelas proteínas de heparam sulfato-modificadas.

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Quando a atividade dessas proteínas foram interrompidas, a autofagia voltou a operar normalmente, permitindo que as células se “consertem” e evitem a morte dos neurônios. O mesmo processo também ajudou, tanto em células humanas quanto nas de roedores, a melhorar as funções das mitocôndrias e reduzir o acúmulo de lipídios, fatores importantes ligados a doenças que comprometem o sistema nervoso.

A pesquisa também aponta para uma ligação entre mutações na proteína Presenilina e o desenvolvimento precoce do Alzheimer. Em indivíduos sem mutações na Presenilina, o surgimento da doença é adiado por décadas. As descobertas abrem novas perspectivas para o estudo da doença e o desenvolvimento de terapias direcionadas.


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Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.
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