A mineira Hérica Elaine Silva, 32 anos, natural da cidade de Coronel Xavier Chaves, no Campo das Vertentes, trava, há cinco anos, uma luta pela vida. Mãe de um menino de 5 anos, Hérica foi diagnosticada com hipertensão arterial pulmonar, doença grave e sem cura, e está internada desde setembro de 2024 no Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte, e vai passar o segundo Dia das Crianças longe do filho.
“O que eu mais quero é poder ficar com a minha família. Meu filho de 11 anos está me esperando em casa”, desabafa Hérica.
Hérica conta que a única possibilidade de receber alta é conseguir um remédio chamado Sotatercept. Cada ampola do medicamento custa R$ 45 mil, e ela precisa tomar uma a cada três semanas. Em vídeo postado nas redes sociais, ela disse que acionou a Justiça, mas o processo está parado.
No período de internação, Hérica chegou a ser transferida para o Incor, em São Paulo, para passar por um transplante, mas descobriu que não poderia receber um novo órgão devido ao painel de reatividade (indicador da presença de múltiplos anticorpos do receptor contra antígenos comuns de doadores de órgãos, aumentando o risco de rejeição do transplante).
“Em setembro de 2024, internei por causa da evolução rápida da doença e insuficiência cardíaca. Fui para a lista de transplante pulmonar, mas, devido ao painel de reatividade alta, fui suspensa. Desde então, sigo internada até hoje”, disse Hérica.
Ela conta que precisa do uso contínuo do remédio. “Estou estável, mas sou dependente de uma medicação contínua que mantém meu coração funcionando, e isso me impede de ir embora para casa. A minha única chance de sair do hospital é tomando uma medicação nova para a hipertensão arterial pulmonar que se chama Sotatercept, uma medicação cara que o Sistema Único de Saúde (SUS) não paga. Moro no interior de Minas e já entrei na Justiça para conseguir que o SUS pague pela medicação. O processo está parado. A vida não espera”, disse Hérica.
“Já se passou mais de um ano que eu estou morando dentro do hospital. Gostaria de pedir ajuda a todos para compartilhar esse vídeo com o máximo de pessoas, para chegar às autoridades e resolverem a liberação da medicação. Não importa quanto tempo de vida eu tenho, mas eu quero aproveitá-lo ao máximo com as pessoas que eu amo”, diz.
Além do Sotatercept, Hérica conta que a Justiça tem negado o fornecimento do medicamento Riociguat. “Esse eu já uso, mas estou dependendo de doações e amostras grátis.”
A Itatiaia entrou em contato com o Ministério da Saúde e com a Secretaria Estadual de Minas e aguarda retorno.
Hipertensão pulmonar
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a hipertensão pulmonar é uma doença rara, que atinge, em média, de 40 a 55 pessoas a cada um milhão de adultos.
A doença faz com que a pressão arterial nos pulmões seja mais alta. Apesar de poder atingir qualquer pessoa, a HAP é mais comum em mulheres, principalmente naquelas entre 20 e 40 anos. Além disso, até 10% dos casos de hipertensão pulmonar são causados por fatores hereditários.
Sinais e sintomas da hipertensão pulmonar
Normalmente, os sinais e sintomas da hipertensão arterial pulmonar não são percebidos até que a doença já esteja em um estágio mais avançado.
- Fadiga;
- Dificuldade respiratória, que fica mais forte em estágios mais avançados da doença;
- Dores no peito;
- Vertigem;
- Tontura ao se esforçar fisicamente;
- Desmaios.
