O médico australiano Richard Scolyer compartilhou nas redes sociais nessa terça-feira (14) que o câncer que ele tinha no cérebro continua em remissão, após utilizar um tratamento criado por si mesmo em conjunto com a oncologista Georgina Long.
O tratamento utilizado por ele era a imunoterapia, que usa o próprio sistema imunológico do corpo para atacar células cancerígenas. A técnica, bastante estudada pelo Melanoma Institute Australia, comandado por ele e pela colega, era utilizada, em sua maioria, para pacientes com melanoma, um tipo de câncer de pele. Ela melhorou drasticamente o prognóstico dos que tinham a doença em estágio terminal: atualmente, metade dos pacientes são curados, enquanto, no passado, menos de 10% venciam a batalha contra a doença.
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No caso de Richard, a imunoterapia foi utilizada para um câncer no cérebro: o
A doença é difícil de ser diagnosticada na fase inicial, e mesmo se for, o prognóstico não costuma ser bom, devido a sua agressividade. É importante ficar atento aos sintomas da doença.
“Os sintomas são muito variados porque dependem da localização da lesão e da velocidade de crescimento dela. Os [sintomas] mais comuns são crises convulsivas, dor de cabeça, fraqueza dos membros, alteração visual, de fala, de comportamento, confusão mental... depende muito da localização da lesão”, explicou o médico.
Tratamentos inovadores
Apesar do caso noticiado ter sido na Austrália, conforme o oncologista, a imunoterapia já existe no Brasil há muito tempo e é utilizada em casos de melanoma, câncer de pulmão, de rim e de mama, por exemplo, mas para glioblastoma os resultados não foram interessantes.
“Infelizmente, para o glioblastoma, os resultados dos estudos quanto à imunoterapia não foram satisfatórios. A gente não viu nenhuma vantagem ou benefício com a realização da imunoterapia. Essa estratégia de fazer imunoterapia antes da cirurgia até pode ser uma estratégia interessante, mas ainda é considerada experimental”, afirmou.
"É uma técnica que está em tem muito estudo em andamento e ela pode ser promissora para o glioblastoma, mas de qualquer maneira, esses estudos ainda são muito iniciais. A gente precisa de estudos maiores, de acompanhamento mais longo, pra gente ver a real eficácia dessas estratégias”, disse.