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Nódulos no pâncreas: saiba mais sobre doença que causou a morte de deputada

Segundo o doutor Amândio Soares, em muitos casos os nódulos no pâncreas podem não causar sintomas perceptíveis, especialmente se forem pequenos

Deputada federal Amália Barros morreu nesse domingo (12)

A deputada federal Amália Barros, de 39 anos, morreu em decorrência de complicações durante uma cirurgia para retirada de nódulos no pâncreas. De acordo com Fernanda Cardoso Parreiras, cirurgiã geral e oncológica, professora e pesquisadora pela Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), os nódulos do pâncreas não têm uma causa bem estabelecida, nem fator ambiental diretamente relacionado.

Entretanto, dependendo do tipo de tecidos do corpo humano, situações como pancreatite crônica, tabagismo e histórico familiar de câncer pancreático, podem estar associados ao surgimento.

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“Nem todos os nódulos no pâncreas são malignos. Existem diferentes tipos de nódulos pancreáticos, e muitos deles são benignos, como cistos. No entanto, é importante realizar uma avaliação médica completa para determinar a natureza do nódulo e, se necessário, realizar exames adicionais, como exames de imagem ou biópsia, para confirmar se é maligno ou benigno. O diagnóstico preciso é crucial para orientar o tratamento adequado”, explica, por sua vez, o médico oncologista Amândio Soares.

Sintomas

A cirurgiã Fernanda Cardoso destaca que os nódulos pancreáticos geralmente não causam sintomas específicos, dificultando e atrasando o diagnóstico. Muitas vezes são descobertos em exames de imagem realizados por outro motivo, como aconteceu no caso da deputada Amália Barros, que descobriu os nódulos durante um tratamento para engravidar, segundo informações de assessores.

Segundo Amândio Soares, em muitos casos os nódulos no pâncreas podem não causar sintomas perceptíveis, especialmente se forem pequenos ou localizados em áreas que não interferem no funcionamento do órgão. Mas, dependendo do tamanho, localização e tipo de nódulo, alguns sintomas podem se manifestar.

Por exemplo, nódulos maiores ou que afetam o funcionamento do pâncreas podem causar:

  • Dor abdominal;
  • Perda de peso não intencional;
  • Icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos);
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Falta de apetite;
  • E alterações nos níveis de glicose no sangue.

Tratamento

“O tratamento vai depender especialmente da diferenciação dos nódulos, se benignos ou não. A grande maioria necessitará de uma biópsia que pode ser guiada por exames de imagem ou mesmo já na cirurgia com a retirada deste nódulo”, explica a Cirurgiã Geral e Oncológica, Professora e Pesquisadora pela Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), Fernanda Cardoso Parreiras.

“Após o diagnóstico detalhado, os tratamentos possíveis são: cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou ablação, tipo de tratamento local do tumor minimamente invasivo guiado por exame de imagem”, conclui a cirurgiã.

“Se o nódulo é pequeno, assintomático e não parece ser canceroso, pode-se optar por monitorá-lo ao longo do tempo com exames de imagem regulares para verificar se há mudanças. Se o nódulo tem suspeita de ser canceroso ou está causando sintomas significativos, pode ser necessária a remoção cirúrgica”, detalha o oncologista Amândio Soares.

“Isso pode envolver a remoção parcial do pâncreas ou, em casos mais graves, a remoção total do órgão. Se o diagnóstico do nódulo for maligno e estiver em estágio avançado ou se espalhou para outras partes do corpo, pode ser necessário quimioterapia ou radioterapia, além da cirurgia, para combater o câncer”, finaliza o Dr. Amândio.


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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.