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Tagliaferro afirma que Moraes trabalha contra liberdade de expressão e democracia

Em depoimento no Senado, ele disse ainda que dormia dentro do carro para ‘preservar material criminoso’

Eduardo Tagliaferro em depoimento na Comissão de Segurança Pública do Senado

O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, disse nesta terça-feira (2) em depoimento na Comissão de Segurança Pública do Senado, em Brasília, que Moraes trabalha contra a liberdade de expressão e a democracia.

O perito e ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE também contou sobre mais de mil conversas de aplicativos de mensagens que expõem Moraes.

“Tem todas as conversas do grupo. São milhares de páginas, tá? Toda a conversa do grupo posterior. Então, não teve nenhuma investigação, pública, não se sabia se de fato esse grupo estava falando as coisas de atos antidemocráticos. Foi simplesmente pela matéria do Amado no qual Alexandre de Moraes resolveu fazer uma busca e apreensão e pagar para ver isso”.

Tagliaferro disse que dormia fora de casa, dentro do carro para “fugir” da polícia caso a corporação fosse até a residência dele.

“Diversas vezes, quando eu morava em São Paulo, antes de eu vir para cá [Brasília], eu cansei de acordar às 3 da manhã, pegar todos os meus computadores, pegar os meus celulares, colocar no veículo, ir em outras ruas do condomínio, dormir no carro, dormir no meu veículo para que se a Polícia Federal ou qualquer outra polícia batesse na minha casa, não tivesse acesso a esse material”, relembrou.

Tagliaferro contou ainda que, por volta das 7h, 8h ligava para a mulher, perguntava se poderia voltar para casa e se a polícia tinha aparecido. “Fiz tudo isso justamente para preservar todo esse material que é um material criminoso”.

“Pessoas foram acusadas, busca e apreensões foram feitas, pessoas foram presas com provas falsas, provas forjadas por um magistrado. Esse magistrado tinha que ser preso hoje”, disse a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que pediu para que provas fossem enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que o julgamento de Bolsonaro fosse interrompido por, segundo ela, estar “contaminado”.

O colegiado é presidido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é uma estratégia da oposição de apresentar um contraponto ao julgamento.

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