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STF encerra acareação entre ex-assessor de Bolsonaro e Mauro Cid

Procedimento durou cerca de 30 minutos e foi realizado de portas fechadas na Corte

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta quarta-feira (13) a acareação entre o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), coronel da reserva Marcelo Câmara, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

A audiência, considerada rápida, durou aproximadamente 30 minutos e teve como objetivo esclarecer divergências entre as versões apresentadas pelos dois em depoimentos anteriores.

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A acareação é um instrumento do processo penal usado para confrontar diretamente pessoas cujas declarações apresentam contradições. O procedimento foi conduzido pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, e ocorreu a portas fechadas, com acesso restrito a réus e advogados.

A decisão de realizar a acareação atendeu a um pedido da defesa de Marcelo Câmara, que apontou inconsistências nos relatos de Cid. Entre os pontos questionados, estava a afirmação de que Câmara teria acessado e manipulado uma minuta com teor golpista e a acusação de que ele teria monitorado autoridades.

Após a audiência, o advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, afirmou que Cid “deixou claro” que o ex-assessor não manipulou qualquer documento de cunho antidemocrático.

Sobre o monitoramento, segundo Kuntz, ficou esclarecido que se tratava de acompanhamento de agendas para organizar encontros de Bolsonaro com outras autoridades, função que fazia parte das atribuições de Câmara.

“A acareação foi importante. Não queríamos dizer que Cid estava mentindo, mas havia pontos mal colocados no relatório e na denúncia que precisavam ser esclarecidos”, disse o advogado.

Câmara preso

Marcelo Câmara é réu no núcleo 2 do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Mauro Cid, delator do processo, integra o núcleo 1 da denúncia.

O ex-assessor está preso sob suspeita de tentar obter ilegalmente informações sigilosas sobre a delação de Cid. De acordo com Kuntz, o pedido para substituir a prisão por medidas cautelares foi reforçado ao ministro Moraes durante a audiência.

O ministro deve aguardar a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre a eventual soltura de Câmara.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.