Ouvindo...

Simões diz que é preciso uma definição do governo Lula sobre a federalização das estatais mineiras

Vice-governador Mateus Simões apresentou ofícios aos órgãos federais para que governo federal formalize o interesse em federalizar estatais mineiras

Vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões.

O vice-governador Mateus Simões (Novo) afirmou nesta sexta-feira (13), após a primeira reunião do Comitê Gestor do Propag, que enviou ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ofícios pedindo uma formalização sobre o interesse da União em federalizar estatais mineiras.

O grupo foi criado para negociar os termos da adesão de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas, o Propag. A adesão ao programa foi aprovada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na semana passada, mas vários pontos ainda permanecem indefinidos.

“Entre quarta-feira e quinta-feira, enviei ofícios à Secretaria do Tesouro Nacional pedindo para que o governo federal se manifeste formalmente sobre seu interesse em federalizar cada um dos nossos ativos. Pedi que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) fosse ouvido sobre a Empresa Mineira de Comunicação (EMC), a importância das antenas para ela. Mandei um ofício sobre a Codemig, perguntando se a União aceitaria uma participação minoritária. Também perguntamos se ela aceitaria uma participação majoritária, com a gente participando majoritariamente”, afirmou Simões.

Prazos do BNDES preocupam

O vice-governador afirmou que existe uma grande preocupação sobre o período em que o BNDES levará para avaliar o valor das estatais mineiras. Segundo Simões, como as avaliações devem ficar prontas apenas em meados de 2026, será preciso que mais ativos sejam incluídos na negociação. Dessa forma, o governo estadual garantiria que o valor de 20% para abater na dívida seja alcançado.

A dívida atual de Minas com a União é de R$ 165 bilhões. Para aderir ao Propag em melhores condições, o governo Zema quer amortecer 20% da dívida, o que representaria R$ 34 bilhões.

“Permanece nossa preocupação. Fizemos as reuniões com a Secretaria do Tesouro e do BNDES Foi confirmado que não haverá avaliação das empresas pela União antes do meio do ano que vem. Então nós vamos ter de oferecer as empresas sem saber o valor das empresas. Isso significa que o Estado precisa oferecer mais ativos do que o mínimo de R$ 34 bilhões que seriam necessários. Porque esses ativos sofrerão cortes. Reforço então a importância de que a ALMG vote os projetos para que tenhamos espaço para manobra”, explicou Simões.

O prazo para que Minas faça a adesão ao Propag é 31 de dezembro de 2025.

Leia também

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Mineiro de Urucânia, na Zona da Mata. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2024), mesma instituição onde diplomou-se jornalista (2013). Na Itatiaia desde 2016, faz reportagens diversas, com destaque para Política e Cidades. Comanda o PodTudo, programa de debate aos domingos à noite na Itatiaia.