O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), admitiu nesta terça-feira a derrota do governo na instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que vai investigar descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Em entrevista a jornalistas, Randolfe assumiu a responsabilidade pela perda do cargo de presidência da CMPI por parte da base governista e afirmou que o erro da equipe foi entrar “de salto alto” na disputa, subestimando a capacidade de mobilização da oposição.
“Perdemos uma partida, mas ainda temos maioria na comissão e vamos reorganizar a base para garantir o controle dos trabalhos”, disse o senador. Ele reforçou que a CPMI não será utilizada como palco pela oposição nem como vitrine para resgatar antigas lideranças políticas.
A derrota trouxe ao posto o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para presidir a comissão e do deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) para assumir a relatoria, indicações da oposição que causaram insatisfação no Planalto. O governo contava com a eleição do senador Omar Aziz (PSD-AM).
Com a crise instaurada dentro do governo, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou uma reunião emergencial com líderes da base aliada e do PT, para analisar a reviravolta no cenário e novas estratégias.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Hugo Motta, presidente da Câmara, no Palácio da Alvorada, para uma agenda considerada emergencial, uma vez que nçao estava combinada até então, antes do resultado da votação.
Com a presidência e relatoria nas mãos da oposição, parlamentares do governo entendem que a partir de agora novos desafios vão existir nasconvocações, e foram citados nomes como o do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi e o irmão do presidente, o sindicalista Frei Chico.
