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PT apresenta projeto para impedir liderança remota de Eduardo Bolsonaro na Câmara

Alencar Santana exige presença física no Brasil para exercício do mandato e prevê punições a quem descumprir a regra

Alencar Santana representa o deputado federal Eduardo Bolsonaro para impedir que ele assuma como Líder da Minoria nos EUA

O primeiro-vice-líder do governo na Câmara, Alencar Santana (PT-SP), protocolou nesta segunda-feira (22) um Projeto de Resolução que altera o regimento interno da Casa para restringir a atuação remota de parlamentares. A proposta surge em meio à polêmica sobre o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que exerce o cargo de líder da minoria mesmo estando fora do país.

Presença física obrigatória

O texto estabelece que o mandato deve ser exercido dentro do território nacional. Caso o parlamentar precise se ausentar, deverá comunicar previamente à Câmara. Ausências temporárias só serão permitidas em caráter oficial, mediante autorização da Mesa Diretora. Se o afastamento não for justificado, a participação virtual não será suficiente para evitar o registro de falta.

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Limites ao trabalho remoto

O projeto reconhece os avanços tecnológicos que permitem reuniões a distância, mas ressalta que a presença física é essencial para o funcionamento da Câmara, a representação dos eleitores e o debate parlamentar. O objetivo é impedir que o trabalho remoto se torne regra, reduzindo o contato direto entre os deputados e o país que representam.

Mudanças no Código de Ética

A proposta também modifica o Código de Ética e Decoro Parlamentar. Passa a ser considerada obrigação ética exercer o mandato em território nacional, e caracteriza como falta grave, passível de cassação, o uso do cargo em atos que atentem contra a soberania do país.

Contexto político

A iniciativa ocorre após críticas de que Eduardo Bolsonaro estaria conduzindo a liderança da minoria à distância, o que, segundo aliados do governo, fragiliza o papel institucional da Câmara. A proposta de Santana busca, portanto, fixar regras claras sobre a presença dos deputados no Brasil e reforçar o vínculo entre mandato, território e representação popular.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.