O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta terça-feira (26) o tarifaço dos Estados Unidos às exportações brasileiras, decretado pelo presidente americano, Donald Trump, e articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Washington por sanções ao Brasil.
Em discurso na abertura da segunda reunião ministerial do ano, no Palácio do Planalto, Lula voltou a afirmar que Trump se considera o “imperador do Planeta Terra” e destacou que seu governo quer negociar a sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros, mas sem ser rebaixado.
“Estamos dispostos a sentar na mesa com igualdade de condições. O que não estamos dispostos a ser tratados como subalternos de ninguém. Se a gente gostasse de imperador, o Brasil ainda seria monarquia”, declarou o petista.
Lula também defendeu a cassação de Eduardo Bolsonaro na Câmara, a quem classificou como um “traidor” e disse que o parlamentar adotou os Estados Unidos como pátria.
“O que está acontecendo com a família do ex-presidente, e com o comportamento do filho nos Estados Unidos, é a maior traição que uma pátria pode sofrer de um filho seu”, criticou.
Como contraponto, o presidente pediu a seus ministros que ressaltem a soberania brasileira em suas declarações públicas a partir de agora. Ele se solidarizou ainda com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que teve seu visto suspenso pelos EUA.
Como será a reunião
Lula informou que pretende encerrar a reunião “antes do almoço”, ao contrário de outros encontros, que chegaram a durar mais de 8 horas.
Terão falas apenas o vice-presidente Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Sidônio Palmeira (Comunicação Social).
No início da reunião, toda a equipe do governo, incluindo o próprio Lula, usava o boné com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, criado por Sidônio em fevereiro em contraponto ao acessório utilizado pela oposição bolsonarista com o slogan de campanha de Trump, “Make America Great Again (Tornar a América grande de novo, em tradução livre)”.