O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou, na noite desta terça-feira (9), que o
“Quando o deputado Glauber Braga ocupa a cadeira da Presidência da Câmara para impedir o andamento dos trabalhos, ele não desrespeita o presidente em exercício. Ele desrespeita a própria Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo. Inclusive de forma reincidente, pois já havia ocupado uma comissão em greve de fome por mais de uma semana”, defendeu.
Motta, que pautou a cassação do mandato de Glauber para esta quarta-feira (10) por quebra de decoro parlamentar, disse ainda que o “extremismo não tem lado, porque, para o extremista, só existe um lado: o dele”. “O agrupamento que se diz defensor da democracia, mas agride o funcionamento das instituições, vive da mesma lógica dos extremistas que tanto critica”, ponderou.
Glauber fala em ‘ofensiva golpista’
Em coletiva de imprensa logo após o incidente, o deputado federal do PSOL afirmou que o que aconteceu na Câmara é uma “ofensiva golpista”. “A votação da minha cassação, neste mesmo pacote em que querem votar uma anistia, não é dosimetria, para que Jair Bolsonaro só tenha dois anos de pena. Combinado com isso, querem manter os direitos políticos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP)”, afirmou Glauber.
Braga também afirmou que não era necessário uma ação violenta e forçada para sua retirada da mesa diretora da Câmara. O deputado também criticou a postura adotada por Hugo Motta.
“O senhor que sempre quis demonstrar ser o ponto de equilíbrio entre forças diferentes, isso é uma mentira. Com os golpistas que sequestraram a mesa, sobrou docilidade; com quem não entra no jogo deles, é porrada”, disse.
“Temos que proteger a democracia do grito, do gesto autoritário, da intimidação travestida de ato político. Extremismos testam a democracia todos os dias. E todos os dias a democracia precisa ser defendida. Determinei também a apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa”, completou o presidente da Câmara.
Denúncia
Uma denúncia do Partido Novo, apresentada em abril de 2024, pede a cassação do deputado Glauber Braga por causa de um tumulto na Câmara envolvendo o militante do MBL Gabriel Costenaro e o deputado Kim Kataguiri (União-SP).
Segundo vídeos e depoimentos ao Conselho de Ética, a discussão verbal entre Braga e Costenaro evoluiu para empurrões e chutes do parlamentar, ao tentar retirar o militante à força das dependências da Casa.
Glauber afirmou que reagiu a provocações constantes do grupo e a ofensas direcionadas à honra de sua mãe, falecida semanas depois do episódio.