Ministério do Trabalho cobra reação ‘firme’ de Zema contra tarifaço de Trump

A Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais vai cobrar do governador Romeu Zema (Novo) um posicionamento sobre a ameaça tarifária feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. O superintendente, Carlos Calazans, deve se encontrar com Zema nesta quinta-feira (10), às 15h, no Palácio Tiradentes.

Em comunicado divulgado à imprensa, a Superintendência afirma que a decisão de Trump afetará “em cheio” a economia mineira, o que pode provocar demissões em massa, especialmente nos setores de mineração e produção de café.

Embora a intenção seja “confrontar” o governador, Zema já publicou um posicionamento nas redes sociais. Na quarta-feira (9), ele escreveu no X, antigo Twitter, que as empresas e os trabalhadores brasileiros irão pagar “a conta” do presidente Lula (PT), da primeira-dama Janja Lula da Silva e do Supremo Tribunal Federal (STF). “Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil”, publicou.

Entenda a carta de Trump para Lula

Na quarta-feira, o republicano enviou uma carta pública ao presidente Lula anunciando a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com previsão de entrada em vigor em 1º de agosto.

A justificativa para as tarifas impostas pelo segundo maior parceiro comercial do Brasil seria o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em uma ação no STF pela suposta tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022.

Logo após as declarações de Trump, sem apresentar provas, o presidente Lula afirmou que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém” e que o aumento unilateral das tarifas sobre exportações brasileiras será respondido com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

Lula também ressaltou que o processo judicial de Bolsonaro e seus aliados é uma competência exclusiva da Justiça brasileira, não cabendo interferência do governo federal.