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INSS: Líder do PL na Câmara diz que Lula terá dificuldade de aprovar crédito para pagar vítimas de fraude

Sóstenes Cavalcante ainda criticou a judicialização da queda do aumento do IOF, apontando fragilidade e falta de base do governo.

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante

O líder do PL na Câmara dos Deputados, deputado federal Sóstenes Cavalcanti (PL), afirmou neste domingo (29), durante manifestação na Avenida Paulista com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que o governo Lula enfrentará forte resistência no Congresso para aprovar a medida provisória que prevê crédito extraordinário destinado ao ressarcimento de aposentados lesados por fraudes no INSS.

“Acho que terá muita dificuldade, porque o que o governo precisa fazer é conter gastos, devolver o dinheiro de quem foi roubado, dos nossos aposentados, dos nossos idosos, mas contendo gastos. Nunca aumentando, porque isso, infelizmente, vai cair sempre sobre o pagador de impostos que somos todos nós, os brasileiros”, declarou o deputado.

Cavalcanti também comentou a decisão do governo federal de judicializar a resolução do Congresso que derrubou o aumento da alíquota do IOF sobre cooperativas de crédito. Segundo ele, a atitude revela desrespeito à democracia e à autonomia entre os Poderes.

“Eu espero que o nosso STF use de bom senso e de equilíbrio. Afinal, nós somos três poderes, harmônicos e interdependentes. A resposta do Congresso foi muito firme, avassaladora. O PSOL, que lamentavelmente presta um desserviço à política mais uma vez, quer judicializar, mas a gente confia no bom senso do STF, que vai respeitar a adesão, até porque os brasileiros não aguentam pagar mais impostos”, afirmou.

Desgaste de Lula

Para o parlamentar, o governo Lula sai desgastado ao tentar manter na Justiça a cobrança extra de tributos.

“O governo demonstra que não está respeitando a democracia, porque é não respeitar o Congresso Nacional, e logo é outro exemplo de que o governo é frágil, porque não tem base parlamentar. São dois olhares péssimos para um governo que está muito fragilizado e mal nas pesquisas de opinião”, avaliou.

Protesto esvaziado

Sobre a manifestação em São Paulo, que teve menor presença de público em comparação com o ato de 6 de abril, Cavalcanti minimizou o impacto e citou fatores como o fim do mês e a realização de eventos esportivos.

“Hoje tem um jogo importante do Flamengo, apesar de não ser de São Paulo, mas é uma copa que acontece a cada quatro anos. Nós estamos nos últimos dias do mês, o pessoal tem menos dinheiro, a gente não paga manifestantes para vir, os manifestantes que pagam no seu próprio bolso”, afirmou.

O deputado concluiu com críticas à esquerda e disse que os atos conservadores continuam mobilizando a base bolsonarista. “Antes de fazer a crítica à quantidade de gente que vem hoje, é só ver os atos da esquerda que são muito piores. Não botam 10% de gente do que a direita coloca. É prova de que a direita está firme, acesa e disposta a mudar para 2026", afirmou.

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.