O ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria colocado suas
O ajudante de ordens afirmou que Garnier se disponibilizou para cumprir medidas determinadas pela “minuta do golpe”, nome dado a um decreto que previa intervenção após a derrota de Bolsonaro nas urnas em 2022.
“O general Freire Gomes tinha ficado muito chateado porque o almirante teria colocado as tropas à disposição do ex-presidente, mas que ele só poderia fazer alguma coisa com apoio do Exército. O general ficou muito chateado de ter transferido a responsabilidade para ele”, afirmou Cid.
Ainda em sua fala, Cid classificou Garnier como parte do grupo dos “radicais” entre os réus.
“Os grupos não eram organizados. Era cada um com sua ideia. Não existia uma organização e nem reuniões. Não eram grupos organizados que iam junto ao presidente. Eram pessoas que levavam ideias. Tinham dos mais conservadores aos mais radicais”, destacou Mauro Cid durante em fala ao ministro Alexandre de Moraes.
Garnier foi comandante da marinha entre abril de 2021 e dezembro de 2022 e é um dos réus da ação que julga crimes relacionados a um suposto golpe de estado arquitetado após as eleições de 2022.
A denúncia enviada pela PGR ao STF aponta que Garnier teria aderido ao plano de golpe de Estado e que, segundo ele, a Marinha estaria ‘coesa’ em apoio à iniciativa. O advogado do ex-comandante da Marinha, no entanto, alega que ele não teria o poder de colocar as tropas nas ruas.
Moraes e Bolsonaro frente a frente
O ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro ficam frente a frente no Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira, dia que marca o início da fase de interrogatórios do processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A audiência será presencial, das 14h às 20h, na sala da Primeira Turma da Corte, em Brasília.
Além de Bolsonaro, outros sete réus também prestarão depoimento ao longo da semana. Todos devem permanecer na sala durante toda a audiência. Apenas o general Walter Braga Netto, por estar preso, será ouvido por videoconferência. O primeiro a ser interrogado é Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator do caso. Inicialmente, ele e Bolsonaro sentariam lado a lado, mas o STF reorganizou os lugares por questões de segurança.