O governador em exercício de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), anunciou, na tarde desta segunda-feira (23), o investimento de R$ 1 bilhão na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça, em Belo Horizonte.
Em uma cerimônia na sede da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), no bairro Santo Antônio, na região centro-sul da capital mineira, Simões afirmou que o aporte irá transformar a unidade na mais moderna do país e vai provocar uma melhoria significativa na qualidade das águas do Ribeirão do Onça e do Rio das Velhas.
“Essa única obra representa quase duas vezes tudo que a Copasa investiu no ano de 2019. (O edital), ainda a ser publicado, (é) para uma obra de ampliação e retrofit da ETE Onça, que faz o tratamento hoje do esgoto de Belo Horizonte e Contagem. Mais de 50% da população de Belo Horizonte, e mais de 50% da população de Contagem tem seu esgoto tratado nessa estação”, detalha.
De acordo com o vice-governador, são atendidas atualmente 1,5 milhão de habitantes pela ETE e, com a ampliação, poderão ser atendidos mais de 2 milhões de pessoas. Ele destaca ainda a criação de mais de 1,2 mil empregos diretos e indiretos durante esses 36 meses de implementação da obra, que não impedirá a ETE de funcionar durante a expansão.
“Estamos falando em tratamento terciário, que é retirada de nutrientes, como fósforo e nitrogênio da água e eliminação de microrganismos vivos através de aplicação de luz ultravioleta, em todo o efluente tratado. Ainda com a geração de lodo, que vai poder ser utilizado na própria ETE, também para uso industrial e urbano e a possível geração de biogás”, explica Simões.
Segundo o governo de Minas, o projeto tem execução estimada de 72 meses e irá aumentar ainda a eficiência e a sustentabilidade dos processos de tratamento de esgoto, com tratamento terciário, uma etapa avançada que limpa ainda mais os efluentes, removendo nutrientes, como nitrogênio e fósforo, além da desinfecção com ultravioleta. As obras contemplam a ampliação da capacidade de tratamento de 1,8 mil para 2,7 mil litros por segundo de esgoto e a modernização dos processos existentes.
Obra irá gerar empregos e reduzir odor, garante Simões
A gestão Zema garante que as obras vão gerar cerca de 1,2 mil empregos diretos e indiretos. A estrutura prevê a construção de unidades de tratamento de odor para reduzir o incômodo que normalmente é causado aos moradores que residem nas proximidades de estações de tratamento de esgoto.
De acordo com Simões, a água que chegará à população vai ser “mais tratada” e terá tratamento anti odor, o que era uma reclamação da população do entorno da ETE.
“Os beneficiados pelo tratamento da água são aqueles que estão abaixo do Rio das Velhas, porque a água que vai chegar para eles agora é uma água mais tratada. Hoje o tratamento que a gente tem, ele é um tratamento de partícula, ou seja, eu faço filtragem e eu tenho um tratamento biológico da água, mas que gera, por exemplo, o cheiro. Nós vamos ter agora um tratamento mais eficiente, porque ele não vai gerar cheiro, nós vamos ter tratamentos anti odor e vamos ter uma eliminação de algumas substâncias que passavam antes no processo de tratamento e que apesar de não comprometer a qualidade da água, comprometiam a vida do rio”, explica o vice-governador.
Com isso, a expectativa é de ter um rio “mais vivo”. “Para quem está ali perto do Onça, é uma mudança dramática. Mas para o (Rio das) Velhas como um todo, que vai seguindo desaguando pelo no Atlântico, passando pelo Espírito Santo, nós temos uma mudança considerável também na qualidade da água”, finaliza.
Também há previsão de aproveitamento dos subprodutos gerados no tratamento de esgoto. Para isso, serão construídas duas centrais de tratamento de lodo e biodigestores anaeróbicos, com o objetivo de possibilitar a utilização futura do biogás e do lodo.
Inaugurada em 2006 e expandida em 2010, a ETE Onça é responsável pelo tratamento do esgoto de um total de 1,5 milhão de pessoas, dentre eles 51,07% da população de Belo Horizonte e 55,34% dos moradores de Contagem.