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Embraer escapa de tarifaço dos EUA e ações disparam na Bolsa

Ministro Silvo Costa Filho celebra redução do impacto e reforça plano para fortalecer indústria aeronáutica nacional

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho

A Embraer, apontada como uma das companhias brasileiras mais vulneráveis ao tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos, entrou na lista de exceções e não será atingida pela tarifa de 50% sobre produtos exportados ao país. A notícia fez as ações da empresa dispararem 10,56% na B3 na tarde desta quarta-feira (31), cotadas a R$ 76.

A medida foi oficializada por meio de uma ordem executiva assinada pelo presidente norte-americano Donald Trump. O tarifaço, inicialmente previsto para começar em 1º de agosto, terá início em 6 de agosto e é justificado pela Casa Branca como resposta a supostas ameaças “incomuns e extraordinárias” do Brasil à segurança nacional e à economia dos EUA.

Os papéis da Embraer chegaram a cair mais de 2% logo após o anúncio, mas inverteram o movimento quando o mercado identificou que a fabricante estava entre as exceções. A empresa exporta grande parte de sua produção para os Estados Unidos e poderia ter prejuízos bilionários caso fosse incluída na tarifa cheia.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que a vitória parcial representa um fôlego para a indústria brasileira e reforçou os esforços do governo para ampliar o uso de aeronaves da Embraer no próprio mercado nacional.

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“A Embraer hoje é um ativo do povo brasileiro. A gente teve um avanço significativo, que foi a redução da tarifa de 50% para 10%, e vamos continuar trabalhando para que possamos voltar ao zero de tarifa. O impacto do tarifaço na Embraer poderia chegar a mais de 9 milhões de dólares por avião. Esse é um setor estratégico, que gera tecnologia, emprego e renda, e o nosso esforço é fortalecer cada vez mais essa indústria no Brasil”, disse o ministro.

Segundo Silvinho, atualmente apenas 12% da aviação civil brasileira utiliza aeronaves da Embraer, enquanto os Estados Unidos têm cerca de 50% da frota com aviões Boeing e a França, 48% com aeronaves Airbus. O governo pretende incentivar companhias nacionais a comprarem mais aviões brasileiros, ao mesmo tempo em que mantém negociações para zerar o impacto tarifário.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.