Em Itabira, Lula foca em assistência a classes vulneráveis e critica gestão Bolsonaro

Em pouco menos de dez minutos de discurso, Lula deu destaque para medidas de seu governo que tem como alvo a assistência das classes sociais mais baixas

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Em Itabira, Região Central do estado, Lula começou sua oitava passagem por Minas Gerais em 2025 no início da tarde desta quinta-feira (11) com discurso voltado à população mais pobre e críticas à gestão de Jair Bolsonaro (PL) a frente da saúde brasileira. O petista anunciou, junto de ministros e deputados aliados, a inauguração da ala de radioterapia do Hospital Nossa Senhora das Dores.

Em pouco menos de dez minutos de discurso, Lula deu destaque para medidas de seu governo que tem como alvo a assistência das classes sociais mais baixas. Ele associou a distribuição de equipamentos de aceleração linear para tratamento oncológico em Itabira, São Luís-MA, Goiânia- GO e Marília-SP como o oferecimento da oportunidade que brasileiros pobres tenham acesso ao tratamento fornecido a autoridades.

“Deus queira que não, mas se algum de vocês (se dirigindo a plateia) tiver necessidade de fazer uma radioterapia, vão utilizar a mesma máquina que o presidente Trump, dos Estados Unidos, usaria se precisar fazer uma radioterapia. Se o papa precisar fazer radioterapia, ele vai utilizar essa mesma máquina que vocês vão utilizar”, disse Lula a uma plateia com centenas de apoiadores.

Na mesma toada, o petista elencou medidas recentes de sua gestão que têm foco nas classes C, D e E. Ele citou especificamente a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil e os programas “Gás do Povo” e “Luz do Povo”.

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Em um segundo momento, Lula criticou lideranças batizadas por ele próprio como “políticos Xuxa”, que só aparecem em eleições e depois dão um “beijinho, beijinho. Tchau, tchau” em referência à apresentadora de TV. Citando também Jesus Cristo, o petista disse que a atenção aos mais pobres é historicamente repreendida.

“Eu não conheço ninguém que quer ser pobre. E todos aqueles que ousaram defender os pobres foram perseguidos. Para começar por Jesus Cristo. Todo mundo sabe isso. E o que hoje digo aqui é que este país não vai tratar as pessoas mais humildes, os trabalhadores, as professoras, os comerciantes, os frentistas do posto de gasolina, os metalúrgicos como aqui em Itabira e no Brasil inteiro, os advogados, a classe média brasileira não pode ser tratada como se fosse cidadão do cidadão de terceira classe”, declarou.

Ainda no tema da saúde, Lula fez uma alusão à gestão sanitária do país durante a pandemia. Sem citar Jair Bolsonaro, presidente à época da COVID, o petista disse que não deixaria o país alcançar a mesma marca de mortes. Mais de 700 mil pessoas faleceram em decorrência do novo coronavírus no período pandêmico entre 2020 e 2022.

“Se eu fosse presidente da República naquela época e o Alexandre Padilha (PT-SP) fosse ministro da Saúde, eu duvido que a gente não tivesse salvo 70% ou 80% das pessoas que morreram por falta de vergonha e responsabilidade de um presidente que ficava na televisão imitando as pessoas que estavam com covid e zombando da saúde das pessoas que morreram”, afirmou.

Lula encerrou seu discurso por volta das 13h15 e partiu para a segunda etapa de sua visita a Minas nesta quinta. O presidente tem agenda em Belo Horizonte, onde participa da “Caravana Federativa”, iniciativa de aproximação entre a União, estados e municípios.

Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.

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